Wild de Cheryl Strayed
Havia sempre só uma (opção).
Continuar a andar.
Eu vi o filme. Gostei muito. Não tanto ao ponto de comprar o livro, mas comprei. Ainda bem. Há algum tempo que não lia um livro de que gostasse tanto. “Livre” é um livro auto-biográfico sobre uma mulher que faz uma caminhada pela natureza selvagem dos Estados Unidos durante três meses. Mas é muito mais do que isso. É um livro de memórias, que retrata pessoas e relações como elas são, às vezes bonitas, às vezes (muito) dolorosas, sempre imperfeitas. Gosto das coisas assim (dos livros, da vida) - cruas.
Sobre recomeçar
- Ou é de um corvo ou de um corvo-americano, um símbolo do vazio - acrescentou num tom de voz místico.
- Do vazio? - perguntei, desanimada.
- É uma coisa boa - respondeu. - É o sítio onde as coisas nascem, onde começam. Pense como um buraco negro absorve energia e depois a liberta como qualquer coisa nova e viva.
Sobre fé e sobre estarmos sempre à procura de alguma coisa que não nos encontra
Não sabia para onde dirigir a minha fé, nem se existia sequer esse lugar ou, mais precisamente ainda, o que significava a palavra fé em toda a sua complexidade. Tudo me parecia potencialmente poderoso e potencialmente falso. - Andas sempre em busca de algo. - dissera-me a minha mãe quando estava deitada na cama do hospital e lhe restava apenas uma semana de vida -, como eu.
Sobre a solidão
Talvez eu fosse a pessoa mais só do mundo.
Tavez isso não fizesse mal nenhum.
Sobre perdoarmo-nos a nós mesmos
E se aquilo que me levara a fazer todas aquelas coisas que toda a gente achava que não devia fazer tivesse sido também aquilo que me levara até ali? E se eu nunca mais me redimisse? E se já me tivesse redimido?