Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Ler, escrever e viver

Ler, escrever e viver

Sociopath: a memoir de Patric Gagne

Design sem nome.png

Foi depois de ler este texto no blog Cup of Jo sobre "What It Feels Like to Be a Sociopath" que fiquei curiosa com o livro de memórias da autora e terapeuta - Patric Gagne - que escreveu sobre a sua experiência de vida enquanto sociopata.

I am a criminal without a record. I am a master of disguise. I have never been caught. I have rarely been sorry. I am friendly. I am responsible. I am invisible. I blend right in. I am a twenty-first-century sociopath. And I've written this book because I know I am not alone.

Patric começa a perceber que deixa as outras pessoas desconfortáveis muito cedo. Ao contrário das outras crianças, não sentia emoções como medo, culpa, remorso ou empatia.

Durante a maior parte do tempo, fez os possíveis para imitar o comportamento das outras pessoas, mas a pressão constante leva-a a roubar, mentir, invadir casas vazias, e até espetar um lápis no pescoço de outra criança. A determinada altura, Patric arranja um furão que percorre a casa durante a noite para roubar pequenos objectos e Patric acorda, todas as manhãs, com uma pequena colecção de itens roubados. Torna-se muito próxima de Baby, o furão, mas, quando ele morre, não consegue sentir tristeza.

Had you asked me back then, I would have described this compulsion as a pressure, a sort of tension building in my head. It was like mercury slowly rising in an old-fashioned thermometer. At first it was barely noticeable, just a blip on my otherwise peaceful cognitive radar. But over time it would get stronger. The quickest way to relieve that pressure was to do something undeniable wrong, something I knew would absolutely make everyone else feel one of the emotions I couldn't. So that's what I did.

É na universidade que Patric finalmente descobre que é sociopata numa aula de psicologia, mas também é nessa altura que percebe a forma horrível como os sociopatas são apresentados na sociedade em séries como Dexter ou Killing Eve. Também percebe que sociopatas e psicopatas são frequentemente postos no mesmo saco, com muita confusão em relação à diferença entre os dois. Por exemplo, a sociopatia nem sequer é um diagnóstico oficial do DSM-5, o manual de diagnóstico de transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria.

Depois de uma passagem pelo mundo da música em Los Angeles, onde se torna manager e que inclui, por exemplo, festas na mansão da Playboy, Patric decide estudar psicologia e tirar um Ph.D. em sociopatia.

Na verdade, consegue ter uma vida bastante normal, casa-se, torna-se terapeuta, tem filhos e consegue provar que os sociopatas não são monstros, só precisam de ajuda para conseguirem um futuro digno.

Think you know a sociopath? I'll bet you're right. But I'all also bet it's the last person you suspect. Contrary to popular belief, sociopaths are more than their personality markers. They are children seeking for understanding. They are patients hoping for validation. They are human beings in need of compassion. But the system is failing them.

Gostei muito deste livro de memórias. Lê-se num fôlego porque queremos sempre saber o que vai acontecer a seguir. É um livro corajoso que recomendo muito. Infelizmente, não está traduzido em Portugal, mas há em audiobook, e-book e versão física em inglês.

4 comentários

Comentar post