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Ler, escrever e viver

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Sobre votar

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Na lista das coisas maravilhosas da peça do Ivo Canelas está votar. Na minha, também. Adoro votar, mesmo quando sinto que as opções disponíveis deixam muito a desejar.

Este ano, celebramos 50 anos desde o 25 de Abril. Lembro-me da minha mãe me dizer que, no dia 25 de Abril de 1974, lhe disseram para não apanhar o comboio porque estava a haver uma revolução em Lisboa. Ela foi na mesma. Não a deixaram passar na rua do comércio (onde trabalhava) e acabou no quartel do Carmo. Não se lembra de muito mais, só de ver as pessoas muito felizes por serem, finalmente, livres.

Talvez seja injusta a posição em que estamos. Somos a geração que não viveu a ditadura, e que pouco saberá dela, pelo menos se não tiver interesse em procurar, em perguntar e, por isso, damos por garantida a democracia.

Custa-me que se tenha lutado tanto por um direito e que os números da abstenção sejam sempre medonhos.

No livro de crónicas «Tudo o que ouço é coração», Carmen Garcia também fala bastante sobre o 25 de Abril:

Para quem sofrera tanto com a ditadura, o boletim de voto revestia-se de uma importância imensa, porque representava, finalmente, a liberdade. «Aquilo não é uma folha da papel. Carmen. São as asas de uma gaivota», dizia-me o meu tio.

Hoje, fui votar. E mesmo com pouca confiança no resultado dos próximos 4 anos, senti-me livre.

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