Quando ler se torna uma frustração
Quando temos o hábito de ler passamos sempre por fases em que a leitura não flui. Escolhemos um livro, começamos a ler mas passadas poucas páginas desistimos. Tentamos outro e acontece o mesmo. Às tantas, a frustração vai crescendo e o hábito de ler vai-se perdendo. Tenho andado numa fase assim e deparei-me com este post de uma entrevista do Gonçalo Miguel Tavares ao Expresso:
É triste olhar para os livros e pensar que são quase todos iguais, quando há uma infinidade de possibilidades. Isso é de uma pobreza e também reflete um cansaço. Os leitores estão cansados, as pessoas trabalham muito, têm vidas duras e há uma literatura para cansados, para pessoas que vêm do trabalho e que querem ler um livro como quem quer ter uma massagem ao final do dia. Mas a função da arte e da literatura não é descansar. É acordar, perturbar, refletir. Não deveríamos ver arte ou ler livros quando estamos cansados. A literatura e a arte exigem muito de nós.
Tenho uma série de livros para ler que sei que exigem uma disponibilidade mental que, neste momento, não tenho e que, por isso, estão guardados na estante para ler mais tarde. Mas também não gosto de não ler. Por isso, acho que nos resta aproveitar as fases mais complicadas para ler livros mais leves, que não exigem tanto de nós ou para reler livros que já conhecemos e que nos fazem sentir em casa, ou para investir naquele thriller que nos agarra da primeira à última página e que não conseguimos pousar. Enfim, ler o livro certo na altura certa faz toda a diferença. Por isso, deixo a pergunta: quais os livros que lêem quando não vos apetece ler?