Porquê a Costa Rica?
Ou uma ode aos bons professores
Falamos muito de viagens, dos sítios que visitamos, dos museus onde passamos tempo, das coisas que comemos, mas raramente falamos sobre o porquê das viagens. Assim, antes de vos falar sobre a minha recente viagem à Costa Rica, queria escrever sobre o porquê de ter decidido fazer esta viagem.
Quando era miúda tive uma professora de biologia no ensino básico que nunca esqueci. Ela contava-nos entusiasmada as aventuras que tinha tido nos anos em que tinha vivido na Austrália. O encontro com animais selvagens em ambiente natural, o sonho de mergulhar da barreira de coral e ver tantos, tantos peixes coloridos.
Tive o azar de ter tido alguns professores péssimos (como a minha professora do primeiro ano que, além de ter alunos preferidos, era racista), mas depois também tive a sorte de ter tido professores que me marcaram pela positiva e que, de alguma forma, mudaram a minha vida.
Aquelas histórias fizeram-me sonhar com viagens para ver animais em estado selvagem. Não necessariamente para a Austrália, porque dispenso um país com tantas espécies venenosas.
(Há um episódio do Modern Family em que o Phil vai muito entusiasmado para a Austrália até perceber que tudo ali o tenta matar).
Tive sorte, muita sorte. Na faculdade, consegui passar Verões a fazer voluntariado com tartarugas marinhas na Grécia.
Mas a Costa Rica sempre foi a minha viagem de sonho. Por ser um dos países com maior biodiversidade na Terra (ocupa 0,1% do território mas tem 5% da biodiversidade). Por ter eliminado todos os jardins zoológicos públicos. Por ter transformado muitos sítios em parques naturais com regras que os turistas devem respeitar. Por ter eliminado o exército e ter usado o dinheiro para saúde e educação pública, o que resultou num nível de literacia de 98%.
E pronto, foi assim que, no final do ano passado fiz, finalmente, a minha viagem de sonho à Costa Rica. Mais sobre o bom e o mau desta experiência nos próximos capítulos.