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Ler, escrever e viver

Ler, escrever e viver

Os melhores 6 livros que li este ano

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A mulher com sete nomes de Hyeonseo Lee – Fui ouvir Hyeonseo Lee ao National Geographic Summit e gostei tanto que perdi a vergonha inicial e lhe fui pedir para autografar o livro que comprei por lá. Foi das histórias mais impressionantes que já li. Todas as histórias sobre fugitivos da Coreia do Norte são impressionantes, é verdade, mas ouvir Hyeonseo a contar a sua história e depois ler o livro imaginando aquela pessoa, aquela voz foi uma das melhores experiências de leitura da minha vida.

 

Vozes de Chernobyl de Svetlana Alexievich – Um livro difícil de ler. Às vezes, parece que estamos a ler sobre um passado muito distante (Chernobyl aconteceu em 1986) ou sobre algo muito longe da realidade, que pertence ao mundo da ficção científica (infelizmente, foi bem real). Vale a pena e quero ler os restantes livros da autora mas é um murro no estômago.

 

Born a crime de Trevor Noah – O Trevor Noah é comediante e é a minha fonte de notícias sobre o que se passa nos Estados Unidos. É demasiado saturante ler tudo o que se passa por lá neste momento (é tanta coisa todos os dias que exaspera qualquer pessoa). Ao mesmo tempo, quero manter-me informada então recorro aos daily shows norte-americanos e o do Trevor é o meu preferido. Sempre inteligente, engraçado e perspicaz. O facto de não ser norte-americano mas viver lá dá-lhe uma perspetiva diferente das coisas. Este livro explica de onde vem essa perspetiva. Trevor cresceu no apartheid, filho de mãe negra e pai branco e no livro reúne as histórias da sua infância e adolescência. Felizmente, já há uma versão portuguesa e também há um filme a caminho.

 

The Handmaid’s tale de Margaret Atwood – Outro livro que também é um murro no estômago. Vi a série antes de ler o livro e acho que, sendo produtos muito diferentes, são os dois igualmente bons. É uma distopia sobre uma sociedade (Gilead) onde as mulheres estão bem no fundo da hierarquia. Infelizmente, tem muitas semelhanças com a realidade.

 

A sombra do vento de Carlos Ruiz Záfon - Um livro extraordinário que se tornou um dos meus preferidos de sempre. Conta a história de um rapaz que tenta desvendar o mistério de um escritor e do homem que anda a queimar todos os seus livros. Mas que, no fundo, é um livro sobre a vida e sobre o amor.

 

Uma educação de Tara Westover - A história de uma mulher que cresceu nas montanhas do Idaho numa família pouco convencional. Os pais não acreditavam na medicina nem na educação e desconfiavam do governo. Por isso, Tara e os irmãos foram criados na sucata da família, completamente à margem da sociedade. Aos 17 anos, sem qualquer escolaridade, Tara consegue entrar na univerdade e inicia um percurso brilhante, que a leva até Cambridge. É uma história sobre a complexidade das relações familiares e sobre definirmos a nossa vida nos nossos próprios termos.

 

Recomendo qualquer um destes livros mas se tivesse de escolher um, acho que seria o "Born a crime". É raro haver um livro que consegue misturar humor com histórias sentidas e muito pessoais sobre um acontecimento como o appartheid.

E vocês? Já leram algum destes livros? Quais foram os melhores livros que leram este ano?

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