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Livros, viagens e tudo o que nos acrescenta

Os livros que devoraram o meu pai de Afonso Cruz

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Há algumas semanas atrás estava numa fase em que tinha muito pouca vontade de ler. Por isso, decidi entrar na biblioteca aqui da zona pela primeira vez. É uma vergonha, eu sei, mas como se costuma dizer mais vale tarde do que nunca. Por um lado, pensei que variar dos livros que tenho na estante podia ser boa ideia. Por outro, sabia que tinha um prazo para ler e devolver o livro e achei que isso me ia motivar a voltar a ler. Resultou. Voltei à biblioteca várias vezes depois disso, trazendo sempre livros que me parecessem interessantes e rápidos de ler. Não deixa de ser curioso que este livro sobre livros e sobre bibliotecas tenha sido o primeiro.

Há inúmeros lugares onde um ser humano se pode perder, mas não há nenhum tão complexo como uma biblioteca. Mesmo um livro solitário é um lugar capaz de nos fazer errar, capaz de nos fazer perder.

«Os livros que devoraram o meu pai» segue a história de Elias Bonfim que, anos depois da morte do pai, percorre os livros que este lhe deixou à sua procura.

Confesso que este livro foi uma boa surpresa. É uma boa história, com pouco mais de 100 páginas, que se lê de um só fôlego e que vai intercalando o real com o imaginário dos livros (ou será que este também poderá ser real?). Faz referência a vários clássicos como o "Crime e castigo" do Dostoiévski, a personagem do barão trepador do Italo Calvino ou o "Fahrenheit 451" de Ray Bradbury, entre outros.

E depois tem momentos como este:

As memórias são a vossa perspetiva do passado, mas não são a mesma coisa. Elas mudam com o tempo. Não são crónicas postas em papel e descritas objectivamente com rigor. São coisas emotivas que variam a cada vez que são lembradas.

Além deste livro, de Afonso Cruz só li "Flores" (já lá vão três anos) e gostei muito mais dos livros que devoraram o meu pai. Recomendo e acho que é um bom livro para quem está a passar por uma fase em que a vontade de ler é pouca.

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