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Ler, escrever e viver

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O Rock in Rio foi assim tão mau?

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Créditos da foto: Tânia Reis

Muito se tem dito sobre esta edição do Rock in Rio, mas será que foi assim tão mau?

Bom, eu não fui a nenhuma das edições anteriores na Bela Vista, por isso, não tenho termo de comparação, mas, no geral, gostei muito da experiência.

Primeiro, chegámos ao Oriente e, ingénuas, perguntámos a um senhor onde eram os shuttles para o Rock in Rio, cujos bilhetes se compravam através da aplicação. "Ah, não se preocupem que vão ver uma fila." Estão a ver aquelas filas para a segurança do aeroporto de Lisboa? Pois, era exactamente assim. Felizmente, o staff do RIR estava muito animado e não esperámos muito tempo (talvez uns 25 minutos).

Chegámos ao recinto pelas 17h e tanto a roda gigante como a zipline à frente do palco mundo já estavam esgotados. Tentámos explorar o recinto (que parecia gigante), mas não havia um mapa na aplicação (a sério, como assim?)

Ouvimos uma parte do concerto da Lauren Spencer-Smith, de quem eu nunca tinha ouvido falar, e que estava a fazer o seu primeiro concerto em Portugal. Ela tem uma voz incrível e fez um cover muito bom de "Someone you loved" de Lewis Capaldi.

Quando fomos comer, as filas eram longas, mas não demorámos assim tanto tempo (talvez porque escolhemos os hambúrgueres vegan?).

Depois veio a melhor parte do dia, para mim, que foi o concerto do Calum Scott. Eu só conhecia algumas músicas mais populares que ele cantou, como a "You are the reason" e a cover de "Dancing on my own". Ele começou o concerto por dizer que nunca tinha cantado para um público tão grande (80 mil pessoas) e que estava nervoso, por isso, ia só continuar a cantar. Passou a primeira parte mais escondido na parte de trás do palco, mas, no final do concerto, como estava toda a gente a cantar com ele, já estava cá à frente. Algumas das músicas que cantou focavam-se, por exemplo, em contar à mãe que era homossexual e ele ficou bastante emocionado nalgumas momentos. Agradeceu ao público mais vezes do que seria possível contar. Enfim, foi um concerto incrível. Além disso, ria-se e dizia adeus a todas as pessoas que passavam na zipline durante o concerto dele. Foi muito, muito bom e superou todas as minhas expectativas.

Depois veio o concerto do Lukas Graham que foi passado... na fila para a casa-de-banho que, essa sim, era gigantesca (pelo menos, para a casa de banho das mulheres).

A seguir, fomos ver o espetáculo do RIR, que é uma celebração dos 20 anos do festival. Ora, eu não fui a nenhum, mas eles escolheram as músicas mais conhecidas de cada ano e, por isso, estava toda a gente a cantar. Além disso, havia fogo (fogo mesmo) e fogo de artificio e ver aquele fogo todo com a vista do rio e da ponte foi muito bonito.

Por fim, veio o concerto do Ed Sheeran, que começou com a "Castle on the hill" que ele também cantou no Castelo de São Jorge. Já o tinha visto há uns anos atrás no estádio da Luz e gostei mais desse setlist. Fiquei com pena que ele tenha deixado de fora músicas como a "I see fire" e, dos dois últimos álbuns, só cantou a minha preferida, que é a "Eyes closed".

Uma coisa incrível do concerto do Ed Sheeran foi que ele cantou várias músicas do início da carreira dele com um estilo mais rap, e havia um homem e uma mulher a fazer língua gestual nos écrans laterais que conseguiam (acho eu...) acompanhá-lo muito bem (e ele chegou a pedir uma salva de palmas para a pessoa que estava a fazer língua gestual naquele momento).

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Depois veio a parte má, que foi a saída. Porque, se quando chegámos ao recinto, ele parecia enorme. Quando chegámos ao concerto do Ed Sheeran e já lá estavam 80 mil pessoas (ou perto disso) parecia mesmo muita gente para aquele espaço. E depois, imaginem todas estas pessoas, já cansadas e depois de muitas horas de pé, a dirigirem-se todas para uma única saída. Enfim, estava toda a gente um bocadinho irritada (eu incluída), até porque a saída foi muito mais desorganizada do que a chegada.

Primeiro, disseram logo que já não dava para comprar bilhetes para o shuttle, o que nem sequer estava escrito na aplicação. Uma pessoa podia ter chegado ao recinto de Uber e depois ido a pé (sendo que os carros só podiam chegar perto do recinto com dístico de residente, daí a necessidade dos shuttles). E, depois, nem sequer verificaram quem tinha ou não comprado bilhete, portanto, qualquer pessoa podia ter andado no shuttle. Mas, enfim, esperámos talvez uns 40 minutos, que me pareceram 3 horas.

Quando chegámos ao Oriente íamos (ingénuas) apanhar um Uber, mas claro, estavam todos ocupados. Ainda havia lá uns personagens a tentar levar passageiros a casa de forma "não oficial" (a sério, não se metam nisso porque pode ter consequências desastrosas). Mas, pronto, enfiámo-nos no primeiro táxi que apareceu. Estávamos de rastos, mas o senhor só queria conversa. Disse que não tinha gostado dos concertos daquele dia, e que tinha ouvido o concerto da Taylor Swift de uma bomba de gasolina.

Enfim, apesar de alguns percalços, gostei bastante da minha experiência (até à capela de Las Vegas que fazia "casamentos") achei graça. Só tenho pena de não ter conseguido aproveitar tudo o que queria (o concerto do Lukas Graham e a zipline basicamente).

No dia a seguir, sentia-me como se tivesse sido atropelada por um camião, porque já não tenho idade para estas coisas, mas isso é outra conversa.

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