O fulgor instável das magnólias de Ivone Mendes da Silva
Descobri este livro num live da escritora Tânia Ganho na página do instagram literacidades (que recomendo muito). Ainda não consegui ler o «Apneia» da Tânia Ganho mas quero ler. Fiquei, no entanto, curiosa com este livro da escritora Ivone Mendes da Silva que a Tânia Ganho sugeriu. É uma edição da editora língua morta e é um diário que fui lendo aos poucos, de manhã enquanto bebia o meu café com leite. Como tenho alguma dificuldade em comentar diários vou antes deixar-vos com algumas das passagens de que gostei mais.
Tenho às vezes a obrigação de conversar com pessoas que me deixam sempre constrangida com a infantilidade do pensamento que exprimem. E produzem enunciados onde o bem triunfa sempre sobre o mal e onde basta querer para conseguir alcançar. Tenho a impressão de que se movimentam numa zona da vida que eu não frequento. Além disso parecem por vezes muito preocupadas com o sentido da vida e dessa preocupação nascem as suas únicas inquietações. Tenho a sorte de nunca ter precisado de que a vida me tivesse um sentido e de ser claro para mim que a dimensão trágica da existência é a mais intrínseca das suas dimensões.
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A minha imaginação já muitas vezes me perdeu mas outras tantas me salvou.
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Durante o teste um dos alunos estava a copiar por alguma coisa que tinha escrita na mão. Numa altura em que eles tentam copiar pelo telemóvel achei aquilo tão adoravelmente vintage que nem lhe disse nada.
O livro está disponível através da Almedina, além de livrarias independentes como a Snob ou a Flaneur.