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Nem todas as árvores morrem de pé de Luísa Sobral

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Finalmente, li o livro de estreia de Luísa Sobral na ficção, e gostei muito.

Admito que desconhecia muito sobre a história da construção e depois da queda do muro de Berlim, pelo que, no início, me senti um bocadinho perdida e andei a pesquisar bastante sobre o assunto (o que só me fez bem).

«Nem todas as árvores morrem de pé» alterna capítulos entre duas mulheres. Temos Emmi que nasceu antes de Hitler ascender ao poder na Alemanha e que acaba por perder o pai na Segunda Guerra Mundial. Trabalha muito para conseguir ajudar em casa e, num bar que frequenta com os amigos, conhece Mischa, um homem de Berlim Leste que trabalha para o governo e com quem acaba por ir viver para a RDA.

O muro de Berlim começou a ser construído na madrugada de 13 de agosto de 1961 pelo governo da República Democrática Alemã (RDA), apoiado pela União Soviética, para impedir a migração de cidadãos para Berlim Ocidental, apoiada pelos Estados Unidos, França e Inglaterra. O facto de ter sido erguido de madrugada fez com que muitas famílias ficassem separadas pelo muro, incluindo a de Emmi.

Ao contrário de Emmi, M., a segunda protagonista, nasce já após a construção do muro que dividiu as duas Alemanhas. Tem uma mãe ausente e deprimida e é educada por uma ama que adora plantas. Cada capítulo de M. começa com um desenho e uma menção a uma planta diferente. M. cresce na RDA, torna-se médica e idolatra o pai que trabalha para o governo, desconhecendo completamente o mundo ocidental e crescendo numa realidade distorcida. Um dia, M. descobre a verdade sobre o pai e isso vai mudar o rumo da sua vida.

Para quem já leu o livro, fica aqui a reportagem que inspirou Luísa Sobral a escrever esta história e esta notícia sobre o caso (para quem não leu, aviso que tem spoilers).

Não quero revelar muito mais, mas adorei o livro, apesar de ele ser algo pesado e triste, e sei que é muito popular (havia uma fila gigante de reservas na biblioteca, pelo que acabei por o ler em ebook). Recomendo.

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