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Ler, escrever e viver

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Maus de Art Spiegelman: o melhor livro sobre o Holocausto

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Depois de ter lido e adorado a novela gráfica «Persépolis» decidi ler «Maus» de Art Spiegelman. São dois volumes: «A história de um sobrevivente» e «Aqui começam os meus problemas» sendo que a edição mais recente da Bertrand reúne os dois volumes na mesma edição.

Maus significa rato em alemão e, neste livro, o autor (Art Spiegelman) conta a história do seu pai Vladek, um judeu polaco que sobreviveu a Auschwitz. Desengane-se quem pensa que esta é mais uma história sobre o Holocausto (aliás, eu saturei de ler livros sobre o tema com tantos a serem lançados todos os anos, variando a profissão do título e o nome do campo de concentração...). Mas esta história merece uma oportunidade.

O autor começa a fazer visitas ao pai para ele lhe contar a sua história, como ele e a mãe se esconderam dos nazis durante muito tempo, acabando por ser apanhados e enviados para Auschwitz e como depois conseguiram ser libertados. Nas tiras, oa judeus são desenhados como ratos e os nazis como gatos. Pelo meio da história dos pais, Art mostra a relação conturbada que tem com o pai (que se preocupa em representar de forma honesta e não como um herói), as tentativas de encaixar a história dura dos pais na sua própria vida e até a dificuldade de escrever o segundo volume de Maus depois do primeiro ter sido um sucesso estrondoso. É a história de dois judeus em Auschwitz mas também a história de como é que as gerações seguintes vivem além desse legado.

Para mim, um dos momentos mais interessantes do livro é quando Art e a namorada dão boleia a uma pessoa de cor e Art percebe que o seu pai (um judeu que foi discriminado das piores formas possíveis pelos nazis e sobreviveu) é racista.

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A sério. Leiam este livro.

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