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Ler, escrever e viver

Ler, escrever e viver

Mafalda de Quino

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Quando era miúda, roubava sempre o jornal ao meu pai para ler a tira de Calvin and Hobbes. Mais tarde, comprei os livros, li uma boa parte das tiras e, por isso, as tiras da Mafalda passaram-me um bocadinho ao lado, até agora.

Decidi aproveitar esta reedição de «O indispensável da Mafalda» que tem tiras divididas por vários temas (a família, o bairro, assim vai o mundo, a escola, a sopa, as férias, a TV e alguns personagens do universo da Mafalda) e uma entrevista com Quino, no final.

Mafalda nasceu de forma improvisada na vida de Quino. Foi convidado a fazer um cartoon que ia servir de publicidade indireta para uma marca de eletrodomésticos. A ideia era usar uma família normal, uma casal com filhos a fazer uso dos produtos. As tiras foram rejeitadas. Mais tarde, Quino resgatou essas tiras chamando Mafalda à criança da família, uma miúda rabugenta e mal humorada mas muito perspicaz. As primeiras tiras datam de 1963 e Mafalda durou 10 anos.

Se no início as tiras só incluíam o núcleo familiar, mais tarde Quino foi improvisando e introduzindo um irmão, os amigos da Mafalda, o bairro, a escola, entre outros.

É uma delícia ler as tiras da Mafalda. Algumas são simplesmente engraçadas.

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Noutras tiras, que se focam mais em política e sociedade é honestamente surreal o facto de serem tão atuais:

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