Elena Ferrante e Mulherzinhas
Já gostava de Elena Ferrante antes de ler alguma coisa que escrevera. Gostei da humildade com que recusou o reconhecimento dos livros que escreveu (ver aqui). Foi isso que me levou a ler “A amiga genial”, o primeiro de quatro livros. Demorei algum tempo a sentir-me envolvida pela história, pelo ritmo da narrativa e pelas personagens, mas depois gostei muito.
O livro segue o percurso de duas amigas, Lila e Elena, a partir do momento em que se conhecem na primeira classe. A história passa-se num bairro nos arredores de Nápoles após a Segunda Guerra Mundial.
A única coisa de que não gostei foram as incansáveis referências a um livro de que passei a infância e adolescência a fugir - "Mulherzinhas" de Louisa May Alcot.
Em miúda, já tinha gosto pelos livros. Olhava com certo desdém para as estantes da minha mãe, cheias de livros de autores com nomes difíceis de pronunciar, mas que hoje em dia vou lendo aos poucos. De vez em quando, queria comprar um livro novo e ia pedir à minha mãe. A resposta era sempre a mesma: porquê que não lês o Mulherzinhas? Por qualquer motivo, a minha mãe achava que eu ia adorar. E por qualquer motivo – ser do contra? – eu achava que não ia gostar.
A ler "A amiga genial" não percebi as referências a "Mulherzinhas" e acabei por me resignar a ler o livro. É um livro escrito para raparigas, baseado numa história verídica passada em 1862. Não detestei, mas também não gostei muito.
A família de "Mulherzinhas"
De qualquer forma, já está lido. Suponho que há coisas que acabam sempre por voltar a bater-nos à porta.