Apadrinhei um mocho-galego
Foi num final da tarde de uma sexta-feira de Maio. Estava a ir para casa quando vi uns miúdos a correr atrás de uma gaivota. Parei o carro, os miúdos fugiram, mas a gaivota não, não voava, quase não se mexia.
Não sendo a primeira vez que tenho de entrar em contacto com um centro de recuperação por causa de um animal que precisa de ajuda, já sei que estes centros funcionam em horário das 9 às 17h, e, a partir daí, estamos um bocado dependentes de uma série de fatores (por exemplo, de precisarmos ou não de que alguém venha buscar o animal, de quem nos atende o telefone, etc). Liguei para o SEPNA e pediram-me para deixar a gaivota posto da GNR mais próxima. Pois que, pus a gaivota numa transportadora de gato e deixei-a lá.
Nos dias seguintes, liguei para o SEPNA e falei com a GNR para tentar saber para onde é que a gaivota tinha sido encaminhada e ninguém me soube dizer nada. Contactei o centro de recuperação mais próximo que eu conhecia e ela não tinha sido entregue lá. Enfim, desisti.
Uns bons meses depois, descobri pelas redes sociais, que a Quercus tinha vários centros de recuperação de animais silvestres em Portugal e que um deles ficava próximo do sítio onde tinha entregue a gaivota. Resolvi mandar mail a perguntar se, por acaso, não tinham recebido uma gaivota em Maio, dizendo o local onde a tinha encontrado, o dia/hora e o posto da GNR onde a tinha deixado.
Honestamente, não achei que fossem responder. Mas não é que responderam? E não é que a gaivota foi mesmo entregue naquele centro e foi reabilitada e libertada duas semanas depois no sítio onde a tinha encontrado? É verdade. Fiquei muito contente, pelo menos, a saga toda de fazer dezenas de telefonemas para perceber o que tinha de fazer com a gaivota e levá-la à GNR deu frutos e ela ficou bem.
Fiquei tão contente que decidi apadrinhar um mocho-galego, pelo programa de apadrinhamento da Quercus, que é uma forma de apoiar estes centros de recuperação.
Depois recebi um telefonema do centro a dizer que o mocho tinha sido reabilitado e estava pronto para ser devolvido à natureza e fui libertá-lo na serra de Montejunto, onde fica o centro.
Os centros recebem aves que caíram do ninho, animais atropelados (como raposas, ouriços ou esquilos), aves que foram contra postes elétricos, entre outros. Além disso, também recebem animais silvestres que estavam em cativeiro e foram apreendidos pela GNR e animais que foram atingidos com tiros, visto que já começou a época de caça...
Já sabem que se encontrarem um animal silvestre a precisar de ajuda, podem (e devem) entregá-lo no centro de recuperação mais próximo ou ligar para o SEPNA para serem encaminhados. Se quiserem apadrinhar um animal de um centro da Quercus podem ir aqui. Também podem seguir a Quercus e os seus centros nas redes sociais e partilhar o trabalho incrível que fazem todos os dias.