A sombra do vento de Carlos Ruiz Zafón
Percebi logo nas primeiras páginas que ia gostar muito da Sombra do vento. Felizmente, não me enganei. É um livro sobre livros, sobre memórias, sobre mistérios, sobre a guerra civil espanhola e sobre Barcelona. Também é um livro que nos agarra, daqueles que nos fazem querer sempre virar a página.
A história começa com um rapaz - Julián - que é levado pelo pai a um lugar misterioso, o cemitério dos livros esquecidos. O pai pede a Daniel que escolha um livro para o proteger contra o esquecimento. O livro escolhido (A sombra do vento) pertence a um autor desconhecido. A partir daqui, Julián tenta desvendar o mistério deste escritor e do homem que procura queimar todos os livros que escreveu. Tem o ritmo de um policial, está maravilhosamente bem escrito e tem frases que merecem ser guardadas a cada página.
Sobre a morte
De tanto pensar na morte, julgava Julian, tinha acabado por lhe encontrar mais sentido do que à vida.
Sobre as ilusões que temos dos outros
Às vezes julgamos que as pessoas são décimos da lotaria: que estão ali para tornar realidade as nossas ilusões absurdas.
Sobre o trabalho (e a vida)
O difícil não é ganhar dinheiro do pé para a mão - lamentava-se. O difícil é ganhá-lo fazendo alguma coisa a que valha a pena dedicar a vida.
Sobre livros
Bea diz que a arte de ler está a morrer muito lentamente, que é um ritual intímo, que um livro é um espelho e que só podemos encontrar nele o que já temos dentro, que ao ler aplicamos a mente e a alma, e que estas são bens cada dia mais escassos.
Este livro entra certamente para a minha lista dos preferidos do ano (talvez da vida) e várias vezes me perguntei como é que me escapou durante tanto tempo. Recomendo imenso.