A Malnascida de Beatrice Salvioni
Estamos na Itália de 1936 e do fascismo. Frascesca, de 13 anos, é uma rapariga da burguesia que acompanha os pais à missa e que tem, em casa, um ambiente familiar tenso após a morte do irmão mais novo.
O meu pai quase não lhe falava. Mantinham-se quietos e distantes como velhos cães que tinham vivido no mesmo pátio, mas que se haviam cansado do cheiro um do outro.
À distância, vê com curiosidade a malnascida, uma rapariga pobre que todos acreditam estar ligada a mortes e maldições.
Frascesca torna-se amiga da malnascida e junta-se ao seu grupo de amigos problemáticos, uma escolha que a vai levar a crescer, a questionar aquilo que sabe (ou que acha que sabe) e a tomar decisões que podem mudar o rumo da sua vida.
Um livro cru, sobre a importância da amizade. Não leiam a sinopse porque, na minha opinião, diz mais do que devia.
Gostei muito deste livro, mas confesso que estou um bocadinho cansada das comparações de livros escritos por mulheres que se passam em Itália com Elena Ferrante. Eu entendo que venda, mas o estilo de escrita deste livro é diferente (e ainda bem). É o primeiro livro da autora Beatrice Salvioni e merece todos os elogios. Não por ter "ecos de Ferrante", mas por ser muito bem escrito, ter personagens inesquecíveis e uma história que nos agarra desde o início. Espero ler mais livros desta autora.