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Livros, viagens e tudo o que nos acrescenta

A evolução de uma leitora

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Depois de ter lido este texto da Carolina fiquei a pensar nestas questões: Como é que alguém se torna leitor? E, a partir daí, como é que se evolui na leitura?

Para ser sincera, não me lembro de em criança ter muitos livros ou de gostar muito de ler. Lembro-me de ter lido «Uma aventura no Palácio da Pena» no quarto ano nas aulas e de termos ido ao Palácio da Pena depois disso. E lembro-me de ter lido outros títulos da colecção depois disso e de também ter lido alguns livros do «Clube das chaves». Li «A lua de Joana» (um livro muito forte) e alguns outros de uma colecção para adolescentes, também da Maria Teresa Maia Gonzalez.

No final do ensino básico e depois durante o secundário, comecei a ler livros de viagens (como os do Gonçalo Cadilhe) porque queria ir dar a volta ao mundo (e ainda quero...). Infelizmente, os livros do Harry Potter passaram-me completamente ao lado na altura em que saíram e só os viria a ler mais tarde, com 20 e poucos anos. Mas li todos os livros do Twilight durante o secundário (e depois vi os filmes) e adorei. Talvez por isso, ou precisamente por isso, faz-me sempre confusão que se veja este tipo de livros (infanto-juvenis/young adult, como quiserem chamar) como se fossem insignificantes. As editoras preocupam-se tanto com estes livros que as traduções em português fazem qualquer pessoa revirar os olhos. Quantos leitores não começaram a gostar de ler por causa do Harry Potter ou do Twilight ou do Hunger Games ou dos livros do John Green? Muitos, imensos. Não faz sentido que as editoras não tenham brio nas edições destes livros, mas enfim, adiante.

Também tive uma fase (no secundário) em que devorei todos os livros da Torey Hayden. Para quem não conhece, é uma autora que escreve ficção e não ficção sobre a sua experiência a trabalhar com crianças com histórias traumáticas. Tirando isso, lia pouco e de forma esporádica nas férias de Verão, por exemplo, quando algum livro me interessava muito.

Ainda no secundário, li «Os Maias» porque era leitura obrigatória e, confesso algo envergonhada, que detestei. A sério. Ainda hoje, que gosto muito de ler não me consigo imaginar a voltar a pegar nesse livro. Foi um suplício. Achei que ia ter exactamente a mesma experiência com o «Memorial do convento» do Saramago no 12º ano e estava preparada para mais uma leitura a ferros. Foi difícil começar a ler, mas algumas dezenas de páginas depois já estava habituada à escrita e, que livro bem escrito, que história maravilhosa. Adorei.

Depois li durante alguns anos de forma muito esporádica. Li alguns livros mais adultos como «A casa dos espíritos» da Isabel Allende que adorei e que me faziam perceber que ler podia ser uma experiência mesmo muito boa. Senti o mesmo com o «Livre» de Cheryl Strayed que li pouco depois. Só em 2015, quando criei uma conta no goodreads e passei a interessar-me mais por livros e por leituras é que comecei a ler de forma regular, que é como quem diz quase todos os dias ou, no mínimo, quase todas as semanas.

Agora já me aventuro mais em livros que, há alguns anos, me pareciam demasiado difíceis ou aborrecidos. Gosto de variar e ler ficção e não ficção, clássicos e livros mais recentes, Angie Thomas e Tolstói. (Tudo menos «Os Maias»).

E vocês, quais os livros que vos fizeram começar a gostar de ler?

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