A breve vida das flores de Valérie Perrin
Ainda não sei muito bem o quê que aconteceu com este livro. Li as primeiras 100 páginas com muita insistência. Estava a achar o livro demasiado sentimental e um bocadinho aborrecido. Regra geral, não tenho problema nenhum em desistir de livros mas, neste caso, com tanta gente a dizer bem deste livro, decidi insistir. E ainda bem. Porque, apesar de um início difícil, a partir do momento em que senti interesse pela história e pela personagem da Violette, já não consegui parar de ler.
«A breve vida das flores» conta a história de Violette, uma guarda de cemitério numa pequena vila da Borgonha, em França. Ao longo do livro, vamos conhecendo, não só a história de Violette (e os mistérios e segredos que guarda), mas também a história de algumas pessoas que vão passando pelo cemitério onde trabalha.
A sua vida é uma bela recordação.
A sua ausência, uma dor silenciosa.
É uma história muito bem contada, melancólica, escrita de forma simples (o que não é mau) e em capítulos curtos, o que faz com que se leia muito bem. Ao contrário do que eu pensava, não é uma história leve, tem algumas cenas muito pesadas (relacionadas com mortes e luto, ou não se centrasse a história num cemitério). Pela forma como Violette vai contando a história, é fácil sentirmo-nos envolvidos e sentirmos que somos parte da história que ela nos está a contar, o que torna a experiência de leitura muito boa, e diferente de qualquer livro que tenha lido. Por isso sim, agora posso dizer que já percebo o fascínio em torno deste livro.