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Ler, escrever e viver

Ler, escrever e viver

An update on our family: a série da HBO

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Não sabia, mas as adopções internacionais começaram nos Estados Unidos como uma resposta à Segunda Guerra Mundial. Depois, nos anos 90, com os órfãos da Romédia, este estilo de adopção foi-se tornando cada vez mais comum. Mas será que é benéfico?

Das adopções que falham por alguma razão, a maioria são internacionais. E foi esse o caso de Huxley (que agora tem outro nome).

Em 2017, Myka e James Stauffer anunciaram, no seu canal de Youtube, que iam adoptar uma criança da China. Há duas formas de adoptar crianças assim, uma via permite adoptar crianças saudáveis e demora anos; a outra permite adoptar crianças com necessidades especiais e demora menos tempo. Foi esta que Myka e James escolheram.

Durante meses, partilharam tudo o que estava relacionado com a adopção desta criança. O canal de Youtube foi crescendo. O pico maior foi o vídeo em que Myka e James foram à China buscar um menino adorável de 2 anos que estava visivelmente confuso com tanta gente desconhecida à sua volta e com câmaras na sua cara.

A partir daqui, tudo o que dizia respeito a Huxley foi publicado no Youtube para toda a gente ver. O canal atingiu mais de meio milhão de subscritores. Como Myka disse no documentário “tinham encontrado uma mina de ouro”. Só que essa mina de ouro era uma criança real, com problemas reais, nomeadamente autismo e problemas neurológicos.

Depois de muitos milhares (se não milhões) de dólares e uma mansão comprada com o dinheiro do crescimento do canal de Youtube por causa da adopção, veio o choque.

Em 2020, o casal decidiu dissolver a adopção. As necessidades especiais, que eles sabiam desde o início que Huxley tinha, eram demasiado e ele estava agora a viver com outra família. Não sei o que os Stauffer esperavam com aquele vídeo ridículo de pedido de desculpas em que estão vestidos de branco para passar uma imagem de tranquilidade. Independentemente de Huxley estar agora a viver uma vida feliz (pelo menos, assim parece e espero sinceramente que seja verdade) vai precisar de ajuda provavelmente para o resto da vida e todo o dinheiro que os Stauffer fizeram à conta dele, devia ter ido para um fundo para ele e não para criarem uma fortuna pessoal. 

Não gostei muito deste documentário da HBO. Foram buscar uma grande fã dos Stauffer e achei algo despropositado. Teria sido muito mais interessante ouvir mais psicólogos especialistas em adopção internacional e pessoas adultas que tiveram uma adopção dissolvida na infância para entender melhor os efeitos a longo prazo. Ainda assim, os tópicos abordados: a adopção internacional, mostrar (ou não) crianças no Youtube são importantes e valeu a pena ver por isso mesmo.

Trailer aqui

A filha devolvida de Donatella di Pietrantonio

Ou sobre não julgar um livro pela capa

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Esqueçam esta capa que parece uma fotografia da revista Pais e Filhos que a minha mãe lia quando eu era miúda.

A literatura italiana, além de Elena Ferrante, tem sido uma boa surpresa este ano. Neste livro, temos uma menina que, aos treze anos, descobre que os pais que a criaram não são os seus pais biológicos, mas apenas uns tios afastados. Assim, esta menina criada como filha única, numa bela casa ao pé do mar abandona a vida que conhece para ir viver com a família biológica.

É, assim, atirada para uma família biológica que não reconhece como sua. A partir daqui, vemos a vida de uma família pobre, caótica e pouco acolhedora numa aldeia italiana dos anos 70 pelo olhar desta menina que se comporta como uma outsider.

Vê-se obrigada a partilhar um colchão com a irmã - Adriana - que se torna um porto de abrigo e o quarto com três irmãos mais velhos. Entre os três, vai desenvolver com Vincenzo uma relação muito particular cujo final me partiu um bocadinho o coração.

Enfim, adorei este livro (só tenho mesmo pena que não lhe tenham dado uma capa mais apelativa) e quero muito ler o outro livro da autora já publicado em Portugal «A idade frágil».

Depois, sem querer, li quase o livro oposto. Li «Acolher» de Claire Keegan, um livro onde uma menina vai viver com pais adotivos numa quinta numa zona rural da Irlanda sem saber quando regressará, e se regressará, a casa. Nesta casa desconhecida, encontra uma afeição que desconhecia e começa a florescer. Gostei mas, como todos os livros de Claire Keegan, acabou demasiado depressa.

La Fortuna, Costa Rica, em 18 fotografias

E últimas considerações sobre a Costa Rica

La Fortuna é uma pequena cidade da Costa Rica que fica aos pés do vulcão Arenal. Em 1968, o vulcão entrou em erupção matando 87 pessoas e destruindo 3 pequenas vilas. La Fortuna ficou intacta, daí o nome que os locais lhe passaram a dar.

Apesar de pequena, há muito para fazer em La Fortuna. Entre as atividades que fizemos, gostei da visita à loja de chocolates "Chocolate fusion", das Baldi hot springs, do Mistico park que tem as hanging bridges, da visita noturna com guia para vermos animais noturnos e dos muitos passeios pela cidade que, à noite, com as luzes de Natal ficava incrivelmente bonita.

Aqui ficam as minhas 18 fotografias preferidas dos dias passados nesta cidade:

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Um dos animais que queria ver em La Fortuna eram preguiças. Felizmente, não tive de esperar muito. Assim que chegámos ao hotel, a recepcionista chamou-nos porque estava uma preguiça de dois dedos com uma cria (vê-se na imagem à direita) mesmo em frente ao hotel.

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Uma iguana no parque de La Fortuna.

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As hanging bridges no Mistico park. É um parque muito concorrido e muito turístico, onde há seis pontes que se mexem quando vocês caminham nelas e muita vida selvagem (que é difícil de ver e encontrar, mas vale a pena irem devagar e olharem bem à vossa volta).

P.S. - Não façam como eu e não se ponham a espreitar para buracos que não entendem porque pode acontecer passar um guia do parque e dizer "Ora bolas, esse buraco é a casa de uma tarântula mas, por azar, ela não está em casa." Azar?

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Red and blue arrow frog (venenoso) no Mistico park.

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Yellow Eyelash viper (Cobra-de-pestana ou víbora-de-pestana; venenosa) no Mistico park.

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Encontrem a coruja nesta fotografia no Mistico park.

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Um coati no Mistico park (este era fácil de ver porque andava à procura de comida).

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Vulcão arenal a partir do Mistico park.

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Uma cascata no Mistico park.

DSC00290.JPGCentral American bullfrog (venenoso) numa caminhada noturna em La Fortuna com guia.

DSC00303.JPGRed-eyed frog (não venenoso) numa caminhada noturna com guia.

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Emerald glass frog (conseguem ver o interior com uma luz apontada) numa caminhada noturna com guia.

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Víbora (venenosa) numa caminhada noturna com guia.

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Outra coisa que podem fazer em La Fortuna é passar um dia nas Baldi Hot Springs que são as maiores termas do mundo com cerca de 25 piscinas a diferentes temperaturas. Eu gostei bastante da experiência. Além disso, há escorregas, mas tenham atenção que são muito mais rápidos do que parecem.... (falo por experiência...)

 

Infelizmente, chegamos assim ao fim dos posts sobre a Costa Rica. Acho que se percebeu que eu amei fazer esta viagem (foi a melhor viagem da minha vida!). A Costa Rica é puro paraíso para os amantes de natureza, de praias desertas e belas e de vida selvagem. Mas também é um país de desafios. Por exemplo, muita da vida selvagem da Costa Rica é difícil de encontrar, as preguiças estão no alto das árvores e é preciso saber procurá-las, as tartarugas marinhas implicam horas de caminhada na praia, os animais noturnos implicam contratar um guia e ter cuidado com as espécies venenosas. Mas é um desafio bom. Sabe bem, no fim, ter aquela fotografia da coruja que mal se vê, mas que consegui encontrar!

E os ticos! Que dizer? Achei as pessoas na Costa Rica genuinamente simpáticas, principalmente quando falava espanhol que era quase sempre. E a comida, que toda a gente dizia ser aborrecida, achei saborosa e variada. Gostei de tudo e quero muito ter a oportunidade de voltar. Na verdade, mal posso esperar para sentir aquele calor húmido na pele e ouvir alguém dizer "pura vida".

Conta-me tudo de Elizabeth Strout

O livro onde Olive Kitteridge e Lucy se encontram

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De Elizabeth Strout, já tinha lido o primeiro livro da personagem Olive Kitteridge (gostei mas gostei ainda mais da série da HBO) e li o primeiro livro da saga de Lucy Barton «O meu nome é Lucy Barton», do qual não gostei por aí além.

Quando descobri que Strout tinha publicado «Conta-me tudo», soube logo que queria muito ler este livro. Aqui temos um crossover entre as duas personagens principais de Elizabeth Strout.

Na pequena vila de Crosby, no Maine, Olive tem quase 90 anos e vive num lar da terceira idade enquanto Lucy vive numa casa à beira-mar. Olive decide chamar Lucy para lhe contar uma história e as duas desenvolvem uma relação de amizade.

Tantas vidas que as pessoas vivem sem deixar registo delas.

Depois temos também o mistério de uma mulher que desaparece na vila e cujo corpo é encontrado pouco depois. O filho - Matt - um homem estranho e solitário é acusado de a matar e Bob, o melhor amigo de Lucy, torna-se seu advogado. Apesar disso, este livro está longe de ser um thriller ou um policial, é um livro ao estilo de Elizabeth Strout, onde se conta a história de várias personagens da vila. Como está escrito na capa, Strout escreve sobre as subtilezas das relações humanas e acho que não podia estar mais bem dito.

Quero muito ler o segundo volume de contos de Olive Kitteridge mas ainda não sei se vou ler os outros livros de Lucy Barton. Se leram, gostaram? Já agora, se lerem este livro (ou até mesmo se forem ler a sinopse dele) vão apanhar alguns spoilers da história de Lucy. Não é algo que me incomode, mas sei que há quem não goste, por isso, fica o aviso.

Ainda estou aqui: o livro e o filme

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Tentei saber o mínimo sobre o caso antes de ler o livro. E que livro belo.

A história tem corrido o mundo (e ainda bem) por causa do filme. Uma mãe de cinco filhos, Eunice Paiva, era casada com o ex-deputado Rubens Paiva. Em 1971, o marido foi preso por agentes da ditadura militar brasileira. Eunice também. Quando chegou à prisão e viu a fotografia do marido, sentiu alívio. Afinal, ele também estava ali, ele estava bem. Esteve presa dez dias. Pouco depois, esteve a nadar em Búzios. Sim, o marido estava preso mas já lhe tinham dito que ia ser libertado e ia correr tudo bem.

Na verdade, Rubens foi torturado e morto. O corpo enterrado para nunca mais ser encontrado. Foi um dos muitos Desaparecidos da ditadura brasileira.

Mas a história é sobre Eunice. Com cinco filhos, foi para a faculdade e tornou-se advogada. Mais do que isso, tornou-se uma excelente advogada que, entre várias causas, defendeu os direitos indígenas.

Só 25 anos depois da morte do marido, Eunice teve acesso ao certificado de óbito.

Ela ergueu o atestado de óbito para a imprensa, como um trunfo.

Foi naquele momento que descobri que estava ali a verdadeira heroína da família; sobre ela que nós, escritores, deveríamos escrever.

Noutro dia, li numa newsletter que ler é um acto político e lembrei-me logo deste livro. Não sei se todos os livros têm algo de político neles, mas a maioria certamente que sim. Toda a nossa vida, quer queiramos quer não, é determinada por fatores políticos. E este livro é um acto político. O que aconteceu no Brasil, aconteceu (e ainda acontece) em muitos outros países.

Éramos «A família vítima da ditadura». Apesar de preferirmos a legenda «Uma das muitas famílias vítimas de muitas ditaduras.»

Uma das críticas negativas que li sobre este livro dizia que ele saltava muito entre partes. E é verdade mas, para mim, fez todo o sentido. Este é um livro de memória. A falta da memória da mãe, Eunice, que sofria com Alzheimer aos 70 anos, as memórias de Marcelo com o filho bebé, a memória de 25 anos à espera que se fizesse justiça.

Também fui ao cinema ver a adaptação com Fernanda Torres. E que filmaço. Ao contrário do livro, o filme segue a ordem cronológica, que achei a melhor escolha, e é um filme muito bem conseguido. O contraste entre a vida vibrante e colorida no Rio de Janeiro com o preto e branco da prisão é genial. Se não lerem o livro, pelo menos, não percam este grande filme.

Uma experiência incrível de voluntariado com tartarugas marinhas na Costa Rica

Pura vida, caçadores ilegais e cartéis de droga

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Pura vida

Durante o meu tempo na Costa Rica, tive a oportunidade de fazer voluntariado com a Turtle Trax, uma organização que protege tartarugas marinhas da espécie Olive Ridley nalgumas praias de Guanacaste - Corozalito, San Miguel, Costa de Oro e Bejuco através de projectos comunitários.

No meu caso, fiquei alojada na praia de San Miguel, uma pequena povoação a duas horas e meia do hospital mais próximo, e tive a oportunidade de visitar a praia de Corozalito e a vila piscatória de Bejuco. Aqui, a época das tartarugas marinhas vai de junho a dezembro. Esta espécie em particular põe ovos aos 10-15 anos (cerca de 100 de cada vez) e vive até aos 50.

À noite, os voluntários percorrem a praia em busca de tartarugas a desovar em San Miguel. Depois, os ovos são retirados do ninho e colocados numa espécie de incubadora onde ficam todos os ninhos, sendo que as crias demoram cerca de 60 dias a desovar. Quando desovam, as tartarugas são levadas até à praia para fazerem o seu caminho até ao mar. Este ano, o projecto protegeu cerca de 120 ninhos e quase 10 mil crias.

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Uma mãe tartaruga a regressar ao mar na praia de San Miguel.

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A zona de incubação. Os ninhos que têm uma rede verde são os que têm mais de 45 dias e, portanto, estão próximos da desova.

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Tartarugas bebés a serem libertadas na praia de San Miguel (podem ver as marcas que deixam no areal).

Mas o melhor desta experiência foram mesmo as pessoas. Éramos 12 mulheres entre os 23 e os 70 e poucos anos a viver numa casa linda mesmo em cima da praia de San Miguel, o que foi uma experiência inesquecível. Desde caminhar à noite a ver estrelas cadentes no céu, até trocar livros, conselhos e experiências de vida com as minhas duas companheiras de quarto que tinham mais de 70 anos, até tentarmos manter afastados os guaxinis que rodeavam a casa à noite à procura de um sítio onde pudessem entrar para remexer no lixo, até vermos cowboys na vida real, até nadar no mar do Pacífico com as minhas duas companheiras que amam água com ondas grandes tanto quanto eu (apesar de haver um rio mesmo ao lado da praia com crocodilos que, por vezes, passam do rio para o mar...).

Ri muito durante estes dias que registo entre os mais felizes da minha vida e tenho a certeza que jamais vou esquecer esta experiência.

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A vista incrível da nossa sala aberta no piso de cima da casa.

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A beleza pura da praia de San Miguel (zero resorts e quase nenhum turismo).

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Um grupo de vacas a ser conduzidas por dois cowboys (como assim existem cowboys na vida real?).

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Um dos animais mais "selvagens" da Costa Rica - a cadelinha adoptada pela cozinheira da Turtle Trax (estava grávida e todos os cachorros foram para adopção).

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Uma iguana preta a tentar impressionar uma fêmea que estava no meio dos troncos e um caranguejo eremita (havia imensos nas praias desta zona, principalmente em Coyote e Corozalito). Apesar destes caranguejos viverem em conchas, eles não as criam, vão pegando em conchas emprestadas e trocando à medida que crescem.

 

Caçadores ilegais

Numa das noites em que patrulhávamos a praia de San Miguel à procura de tartarugas a desovar, vimos uma luz vermelha (a que se usa normalmente com as tartarugas, porque a luz branca é demasiado forte) muito ao fundo da praia. Quando lá chegámos, vimos que havia na areia marcas de uma tartaruga ter saído da água, posto um ninho e voltado ao mar. O ninho estava vazio e havia uma mão humana ao lado.

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Infelizmente, isto não é caso único. Há muitos caçadores ilegais nestas praias porque não são protegidas. Sim, isto é uma das contradições da Costa Rica que, apesar de ser um país que se preza pela sustentabilidade e proteção ambiental não considera como território protegido estas praias de desova de tartarugas. Chamar a polícia não resolve nada, porque eles não querem saber. Além disso, os ovos de tartaruga são algo cultural na Costa Rica. São vendidos a cerca de 10 dólares cada 6 ovos e são usados para cozinhar mas, sobretudo, são usados crus em bares para fazer bebidas alcoólicas porque, supostamente, são afrodisíacos.

Há uma espécie de “respeito” (acho que esta não é a melhor palavra, mas não encontrei nada melhor) entre a Turtle Trax e os caçadores. Ou seja, quem encontra um ninho primeiro fica com ele. Quando os voluntários começam a medir uma tartaruga e retiram os ovos os caçadores não vão ter com eles e, quando um caçador está a roubar os ovos, não fazemos nada porque seria demasiado arriscado. Enfim, foi uma noite triste.

 

Cartéis de droga

À noite, ouvíamos muitas histórias do Sinaloa cartel, um cartel Mexicano que começou a expandir a sua atividade para a Costa Rica. Na verdade, quando a Turtle Trax começou a trabalhar aqui trabalhavam em mais uma praia, muito isolada. Uma noite, os voluntários que patrulhavam a praia viram aterrar um pequenos avião a voar a baixa altitude e com as luzes desligadas. Quando o avião aterrou na praia, saíram de lá homens com metralhadoras que lhes disseram que sabiam exactamente quem eles eram e o que estavam a fazer na praia e que, se não saíssem de lá imediatamente, seriam mortos. Se voltassem a trabalhar ali, seriam mortos. Ora, os voluntários ligaram à coordenadora do projecto que arranjou forma de os tirar de lá e a organização nunca mais voltou a trabalhar naquela praia que, tivemos oportunidade de espreitar, e é bastante isolada. E este não foi o único incidente nesta zona com o mesmo cartel. Na verdade, este cartel é o maior inimigo do governo da Costa Rica, tendo em conta que o país vive do turismo e não tem exército. Aqui fica um artigo recente sobre o assunto.

 

Mas, apesar disso e dos caçadores, nunca me senti insegura e repetiria a experiência sem pensar duas vezes. Foram cinco dias muito intensos, recheados de momentos que nunca vou esquecer.

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Pôr do sol na praia de San Miguel.