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Ler, escrever e viver

Ler, escrever e viver

The good mothers e o papel das mulheres na máfia italiana de Calabria

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Fala-se muito sobre o papel dos homens nas várias máfias de Itália, mas pouco sobre o papel das mulheres. «The good mothers» é uma série inesquecível sobre o papel das mulheres na máfia de Calabria - a Ndrangheta. A maioria do dinheiro que fazem vem do tráfico de drogas e da extorsão.

A série é baseada numa história verídica que remonta a 2010, em que três mulheres de diferentes famílias desta máfia decidiram, por razões diferentes, testemunhar em tribunal, o que resultou na detenção de membros importantes do grupo.

Ao contrário de outras máfias, a Ndrangheta funciona por linhas de sangue, ou seja, quem nasce numa família da máfia, torna-se um membro. As mulheres (devia dizer miúdas) são forçadas a casar com 14, 15, 16 anos com membros de outras famílias. Espera-se que sejam obedientes e submissas. É raro terem algum papel dentro da máfia. Também se espera que sejam fiéis, mesmo que o marido seja preso ou morto. Quando não são, são espancadas. Quando falam demais, são espancadas. Quando vão demasiado longe (como tornarem-se testemunhas para a polícia italiana - os carabineri), são mortas e os corpos desfeitos em ácido para não deixarem rasto. É assim a vida das mulheres nesta máfia em particular.

Em 2010, Alessandra Cerreti, procuradora, convenceu-se de que a forma de “abanar” o sistema bem estruturado da máfia era pelas mulheres, algo que nunca tinha sido feito. Foi assim que conseguiu juntar Maria Concetta, que vivia presa em casa há 8 anos, era constantemente espancada e provavelmente seria morta por ter arranjado um amante; Denise Cosco, uma adolescente cuja mãe fazia parte do programa de testemunhas protegidas mas que decidiu encontrar-se com o pai da sua filha e nunca mais foi vista; e Giuseppina Pesce que, ao contrário das anteriores, tinha um papel activo na máfia fazendo recolhas de dinheiro, foi presa e teve de escolher entre enfrentar uma pena de prisão que poderia ir até aos 10 anos ou tornar-se testemunha.

O título de «The good mothers» vem da realização que duas destas mulheres têm de que os seus filhos terão o mesmo destino que elas: as raparigas serão casadas contra a sua vontade, serão espancadas, terão uma vida de silêncio e submissão e os rapazes farão parte do grupo e, provavelmente, acabarão na cadeia.

A música de embalar do genérico é muito bonita e reflecte isto mesmo:

Ninna ninna, ninna ninna neda

The wolf eats the little lamb

Little lamb of mine, what did you do

When you found yourself in the mouth of the wolf?

Come on, sleep

Come and take my baby for an hour

Then bring her back to me…

O meu pai voava de Tânia Ganho

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O ano passado, por ter perdido a minha avó, acabei a ler muitos livros sobre luto, como «Amor e perda» de Amy Bloom, «Uma morte suave» de Simone de Beauvoir, «Notas sobre o luto» de Chimamanda, «O ano do pensamento mágico» de Joan Didion, «A ridícula ideia de não voltar a ver-te» de Rosa Montero e «Crying in H Mart» de Michelle Zauner. Este ano, tenho andado a fugir de livros sobre o tema, mas não consegui resistir a ler «O meu pai voava» de Tânia Ganho sobre a morte do pai.

Confesso que foi um livro difícil de ler, porque passei pelo mesmo processo com a minha avó. Começar lentamente a esquecer-se das coisas até se lembrar de muito pouco:

Lembro-me de o ver sentando na borda da cama, olhando, perplexo, para as mangas de um pulôver, sem perceber o que fazer com elas.

Falar do lado cru, tão feio, tão triste, da doença de Alzheimer.

Uma violência.

Revi-me, talvez, demasiado e muito pouco. O pai de Tânia Ganho era um importante urologista. A minha avó veio de Trás-os-Montes para Sintra para ser empregada doméstica muito cedo. Mal sabia escrever e nunca foi à escola, a não ser quando já era avó. Só trabalhou como empregada doméstica e costureira. Além disso, já passou tempo suficiente desde a sua morte para me relembrar dos seus defeitos. A minha avó foi uma pessoa diferente para diferentes pessoas e em diferentes fases da vida (não somos todos?). Foi, por exemplo, uma muito melhor avó do que foi mãe e custa-me ouvir alguns relatos da minha mãe sobre como a minha avó a tratava, porque a minha experiência foi, felizmente, a de uma avó maioritariamente dócil e preocupada.

Em comum, a minha avó e o pai da Tânia Ganho têm um final triste, prolongado por uma doença que é demasiado cruel para todos, para quem a sofre e para todos os que os rodeiam.

Achei que este livro, apesar de duro, foi uma bonita homenagem ao pai da Tânia Ganho. Além disso, adorei o título e a fotografia que lhe está associada.

Se pudessem, queriam saber o vosso futuro?

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Estava a falar com uma amiga sobre astrologia e sobre a possibilidade de algumas pessoas conseguirem (ou não…) fazer previsões do futuro. Eu dizia que, se fosse verdade, até gostaria de saber. Quando ela perguntou «mas porquê?», fiquei sem resposta. 

Por exemplo, será que se alguém nos disser que determinada coisa vai acontecer, ficamos, mesmo que de forma subconsciente mais tentados a ir por aquele caminho e a pessoa acaba por "ter acertado”? Será que, se pudéssemos, valeria a pena sabermos o nosso futuro?

Depois li esta passagem no livro «A vida impossível» de Matt Haig* e gostei muito:

É tão estranho não querermos spoilers nas nossas histórias, mas estarmos sempre à procura deles nas nossas vidas. Queremos saber se nos vamos apaixonar, se vamos ser saudáveis, se vamos acabar o curso com louvor e distinção, se vamos ter um bom emprego ou uma reforma confortável. Queremos a solução. Queremos tudo delineado. Queremos saber que tudo acaba bem. Mas qual é a piada disto? (…) Há sempre uma variável desconhecida, e essa variável desconhecida somos frequentemente nós próprios. Aceite o mistério, seria o meu conselho.

Abrace a impossibilidade de tudo.

Desfrute do facto de não saber.


E vocês, se pudessem, quereriam saber o vosso futuro?


*Adoro o Matt Haig, adorei «A biblioteca da meia-noite» e tudo o que ele escreve sobre saúde mental, mas infelizmente não consegui gostar deste último livro dele. É um livro com uma história real que depois acaba em fantasia de uma forma que achei pouco credível. Enfim, não foi para mim e tenho pena.

Kill Show e a polémica do true crime

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Tenho que fazer um mea culpa porque um dos meus guilty pleasures é acompanhar canais de true crime no Youtube. Nem sei explicar porquê, mas há qualquer coisa que nos puxa para ser espectadores da tragédia alheia. Muitas vezes, como, por exemplo, uma das mais recentes histórias vinda dos Estados Unidos (onde mais acontecem estas coisas, não é verdade?) de um rapaz que, alegadamente, matou quatro estudantes universitários à facada numa residência universitária no Idaho, são coisas tão surreais que é quase impossível uma pessoa não pensar como é que é possível alguém ser responsável por um acto tão hediondo? O que é que leva alguém a fazer uma coisa destas? Porquê aqueles alvos, porquê aquela noite? Enfim, é difícil desviar o olhar. Havia tanta gente a falar do caso que o tribunal teve de impor uma ordem de silêncio para não serem divulgadas informações que possam vir a comprometer a investigação e o julgamento.

«Kill Show» fala sobre isso mesmo. No livro, há uma jovem de 16 anos chamada Sara que desaparece. A partir do momento em que se dá o seu desaparecimento, há um frenesim dos media à volta do caso (como sempre). Aqui, este frenesim é levado mais longe quando os pais decidem aceitar fazer um reality show sobre o seu desaparecimento. Para os produtores, o objectivo é ter audiência. Para os pais, o objectivo é encontrar a Sara.

Demorei algum tempo a entrar no livro pela forma como está escrito. Basicamente, só temos acesso às falas das personagens que estão a reviver tudo o que aconteceu 10 anos depois da Sara ter desaparecido. Mas, a partir do momento em que entrei na história, é um livro que se lê rápido numa ânsia de sabermos, afinal, o que aconteceu com Sara.

E, claro, não dá para não nos sentirmos culpados por sermos todos nós, ou termos sido em algum momento, espectadores da desgraça alheia. Falei há pouco de um caso muito recente nos Estados Unidos, mas poderíamos falar do desaparecimento de Madeline McCain, por exemplo. Fomos todos espectadores, todos tínhamos (e temos) uma opinião sobre o caso. Escrutinou-se tudo aquilo que os pais diziam e faziam, multiplicaram-se os livros escritos sobre o assunto, e até a Netflix fez uma série sobre o tema.

Acho que o livro faz uma crítica social importante. O frenesim dos media nestes casos é um pau de dois bicos. Se, por um lado, cria uma consciencialização de que alguém está desaparecido podendo levar a que essa pessoa seja encontrada, por outro, transforma a vida da família envolvida num inferno difícil de imaginar.

A versão portuguesa de «Kill Show» tem tradução de Célia Correia Loureiro e recomendo muito se gostam deste género de histórias.

O centro de reabilitação de focas na Holanda

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Este post estava nos rascunhos há uns bons anos, mas o livestream deste centro de reabilitação de focas na Holanda tornou-se viral recentemente no Japão (coisas da internet) e acabou por ser a desculpa perfeita para finalmente o publicar.

Passei um verão, em 2015, a fazer voluntariado neste centro que fica na cidadezinha de Pieterburen no norte da Holanda. Basicamente, há duas espécies de focas na Holanda, as focas-comuns, que aparecem no centro no verão, e as focas-cinzentas, que aparecem no centro no inverno. Por isso, só lidei com focas-comuns (que, segundo consta, são bem mais simpáticas do que as cinzentas...). Estas focas nascem em Maio ou Junho e ficam em bancos de areia onde mamam pela primeira vez. Assim que a maré sobe, nadam imediatamente no mar. Se, por alguma razão, a mãe e a cria se separarem, a cria fica a chorar (sim, é mesmo parecido com chorar a sério) na praia, na estrada ou no quintal de alguém e acaba por ser trazida para o centro.

Quando chegam, as focas ficam numa quarentena individual até se perceber o que há de errado com elas (podem ter ingerido plástico, ter ficado presas em plástico, ter as barbatanas danificadas por barcos, estar infectadas com parasitas respiratórios, ter uma infecção viral, ter sido atacadas por cães, enfim). Nesta fase inicial, são alimentadas com um tubo que vai até ao estômago e com uma papa de peixe.

Só depois dos problemas de saúde estarem resolvidos, é que as focas passam para a segunda fase da reabilitação, onde têm contacto com outras focas e uma pequena piscina. Aqui tentamos que comecem a comer peixe dado à mão.

Quando já têm mais peso e conseguem comer peixe dentro de água, passam para as piscinas exteriores (as que aparecem no livestream) onde estão com um grupo maior de focas que vão ser libertadas todas em conjunto assim que tiverem 30 kg. Além disso, todas as focas saem com uma tag numa barbatana caudal para serem identificadas mais tarde, se alguma vez voltarem ao centro.

O centro tem condições incríveis para os animais e consegue receber dezenas ou até mais de cem focas ao mesmo tempo. Por exemplo, quando tínhamos focas com infecções virais, além do equipamento normal (pijama cirúrgico, touca, máscara, crocs e pezinhos por cima) usávamos uma bata descartável e tínhamos de trocar tudo e tomar banho antes de tratarmos da foca seguinte, para evitar passar a infecção de uma foca para a outra.

Além disso, as focas são animais muito brincalhões. Nas piscinas exteriores, tentávamos sempre arranjar brinquedos (bastava uma mangueira ligada dentro de água para elas passarem horas na brincadeira) e, às vezes, mordiscavam-nos as calças para entrarmos dentro de água com elas. E, claro, sempre que viam um telemóvel ou uma máquina fotográfica ficavam curiosas:

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O centro vai mudar de instalações no próximo ano mas, até lá, pode ser visitado. Pieterburen fica próximo de Groningen que fica a poucas horas de comboio de Amesterdão. Os visitantes têm um centro educativo e podem espreitar todas as três fases do processo de reabilitação. Também podem participar na libertação de focas, se quiserem.

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Numa caixa para ser devolvida ao mar

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Focas a serem devolvidas ao mar

Também há, na Holanda, uma espécie de miradouro onde conseguem ver as focas em liberdade:

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Tenho boas memórias da experiência. A maioria dos voluntários eram espanhóis, por isso, tínhamos uma boa relação. Partilhávamos uma casa. Comíamos, andávamos de bicicleta até nos doerem as pernas, víamos filmes e comíamos mais um bocadinho, usávamos o carro do centro para ir passear a outras cidades, invadíamos o parque infantil para saltar nos trampolins (a Holanda e a sua paixão por trampolins gigantes...). Enfim, foi um verão diferente e bem passado.

Querido Edward de Ann Napolitano: o livro e a série baseados numa história real

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O livro

Achei logo que «Querido Edward» tinha uma premissa genial. A família de Edward (mãe, pai e irmão) iam mudar-se de Nova Iorque para Los Angeles, quando o avião onde seguiam se despenha. De todos os passageiros, Edward é o único sobrevivente. O livro é baseado na história verídica do voo 771 da Afriqiyah Airways, que se despenhou em 2010 na Líbia. Dos 104 passageiros, o único sobrevivente foi um rapaz holandês com 9 anos que viajava com os pais e o irmão mais velho que morreram na colisão. O rapaz voltou para a Holanda para viver com os tios.

Este livro é anterior a «Hello, beautiful» da mesma autora, mas, tal como nesse livro, Ann Napolitano prova que consegue contar uma boa história.

A partir do acidente, os capítulos vão alternando entre o presente, ou seja, a nova vida de Edward com os tios e a sua amizade com uma vizinha, Shay, e os momentos dos passageiros no avião, onde vamos conhecendo alguns pormenores das suas vidas, o porquê de estarem naquele voo e também o que levou o avião a despenhar-se.

Além do livro abordar tudo o que aconteceu a Edward depois do acidente, o trauma por que passou, o facto de se ter tornado famoso e de receber cartas de familiares das vítimas do acidente (daí o título de Dear Edward por ser a forma como começavam as cartas), o livro é muito mais do que isso.

Aquilo que aconteceu está gravado dentro de ti, Edward - diz o Dr. Mike. - Vive debaixo da tua pele. Não vai desaparecer. Faz parte de ti e fará em todos os momentos até tu morreres. Aquilo em que tens vindo a trabalhar (...) é aprender a viver com isso. 

Quando o acidente decorre, Edward tem 12 anos e nós vamos acompanhando o seu amadurecimento prematuro até que, no final do livro, já acabou o secundário.

- Eu não sei o que devo fazer - ouve-se Edward a dizer (...) 

- Ah, mas isso é fácil. O mesmo que todos devemos fazer. Avaliar aquilo que somos e aquilo que temos, e tirar o melhor partido disso.

É um livro muito bem escrito, que não consegui parar de ler e que recomendo muito (excepto para ler num avião, se tiverem alguma viagem de avião iminente ou se já tiverem medo de andar de avião).

A série da Apple TV

Além disso, há uma série da Apple TV com 10 episódios baseada no livro de Ann Napolitano, sendo que a autora é uma das produtoras executivas da série.

No que é mais importante, ou seja, no amadurecimento de Edward depois do acidente, nas dificuldades por que vai passando, na importância das cartas e na sua relação com Shay, a série é bastante fiel ao livro. No resto, não. As histórias de alguns passageiros e familiares são diferentes e são muito mais aprofundadas na série do que no livro. Acabam por ter tanto destaque como a história de Edward, enquanto no livro ele é o personagem principal e todos os outros são secundários. Eu gostei bastante da série e acho que vale a pena quer decidam ler o livro ou não.

Quatro séries para ver: Under the bridge, Pedaço de mim, The great e Intimidade

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Under the bridge (Hulu)

Descobri esta série aqui. É baseada numa história verídica de uma rapariga de 14 anos (Reena Virk) que desaparece depois de uma festa com “amigos”. A história passou-se nos anos 90 no Canadá e deu muita polémica por tudo o que se seguiu ao desaparecimento.

Depois do desaparecimento, descobre-se que Reena foi assassinada na sequência de ter sido agredida por seis raparigas e um rapaz adolescente. A série, que é baseada num livro escrito sobre o caso, tenta explorar tudo aquilo que levou àquele episódio de violência.

Desde a pobreza de alguns dos adolescentes envolvidos, até à má relação que Reena tinha com os pais. Por um lado, era indiana e parecia não conseguir conciliar bem a sua identidade com o facto de viver no Canadá (afinal, tinha apenas 14 anos). Além disso, os pais eram testemunhas de Jeová, o que só piorava a relação entre ela e a mãe.

É uma série dura, mas muitíssimo bem conseguida. Infelizmente, a autora do livro - Rebecca Godfrey - que esteve muito envolvida na produção da série morreu antes da mesma ser lançada.

Trailer aqui

 

Pedaço de mim (Netflix)

Eu não dava muito por esta série da Netflix que é, no fundo, uma novela brasileira contraída em 17 episódios. Mas, confesso que saí bastante surpreendida. Primeiro, temos Liana, uma mulher que engravida de gémeos de pais diferentes. O fenómeno chama-se superfecundação heteroparental e é extremamente raro, porque dois óvulos têm de ser libertados num mesmo ciclo e fecundados por espermatozóides de pais diferentes. A questão é uma das relações foi resultado de violência sexual. O que fazer nesta situação? Ter os dois filhos? Dar um para adopção? Fazer um aborto?

Além disso, a cunhada de Liana tem um filho chamado Inácio com uma doença degenerativa que acaba por o deixar cego. E Liana ajuda-o bastante por ser terapeuta ocupacional. Gostei muito que a série desse destaque a uma profissão que é tão importante e, muitas vezes, pouco reconhecida.

Também gostei muito do desenrolar da história. Achei genial a forma como a narrativa mostra o poder que a religião tem no Brasil e o quão está misturada (infelizmente) com a política. No entanto, é mesmo uma história de partir o coração. Vamos acompanhando estas personagens ao longo de muitos anos e vendo como as suas escolhas afetam as suas vidas de forma dramática.

Trailer aqui

 

The Great (HBO)

The great é aquela série de que eu não estava à espera de gostar, por ser ficção histórica. Mas esta série é genial.

Basicamente, temos a história, apenas levemente baseada em factos verídicos, da Catarina da Rússia. Acompanhamos a sua chegada à Rússia, o seu casamento com o imperador e, depois, a sua percepção de que ela pode ser capaz de salvar a Rússia (o que não deixa de ser irónico se pensarmos na situação actual da Rússia a travar uma guerra horrível, mas enfim).

É uma comédia e uma sátira genial à realeza da altura e à forma como viviam. Recomendo muito. Se já viram a série, gostei deste artigo sobre o que aconteceu na realidade.

Trailer aqui

 

Intimidade (Netflix)

Que grande série. É certo que as séries espanholas na Netflix estão cada vez melhores, mas esta é mesmo muito boa. Temos uma mulher que se quer candidatar à câmara de Bilbau, quando um vídeo íntimo seu é dilvulgado publicamente. Apesar de ser a vítima, quase todos a vêem como culpada.

Em paralelo, temos a história de uma empregada numa fábrica, em que alguém divulgou aos trabalhadores (quase todos homens) uma fotografia e um vídeo íntimo seus, muito antigos. Esta mulher acaba por se suicidar e é a sua irmã que tenta fazer justiça. Não podia recomendar mais.

Trailer aqui

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