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Ler, escrever e viver

Ler, escrever e viver

Há livros na Ericeira

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Já aqui falei sobre uma livraria solidária em Lisboa, uma livraria de livros em inglês em Lagos e uma livraria em Évora. Entretanto, descobri um alfarrabista excelente na Ericeira através de um blog que gosto de ler.

Tenho a sorte de ter a Ericeira mesmo ao pé de mim. Esqueço-me sempre do quão bonita é esta vila até lá voltar. É certo que mudou muito desde a minha infância. Passou do sítio com as casinhas azuis e brancas dos pescadores que cheirava a maresia para o paraíso dos nómadas digitais onde se ouve muito falar inglês e que se encheu de cafés da moda (ou coffeeshops). Ainda assim, acho que a Ericeira conseguiu manter muito do charme que sempre teve.

E, recentemente, arranjei mais uma razão para gostar tanto de visitar a Ericeira. Descobri um alfarrabista com muitos livros bons e baratos (a 5 e 8 euros) na ponte em frente ao icónico Vila Galé.

No Verão estão lá quase todos os dias, mas durante o resto do ano continuam a estar por lá ao fim-de-semana. Por isso, se passarem pela Ericeira, aproveitem. E, se tiverem sugestões de bons alfarrabistas, deixem nos comentários!

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Peixe-aranha: 2 // Eu: 0

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Foi há dois anos que reportei aqui que tinha sido picada por um peixe-aranha quando tomava banho na belíssima meia-praia em Lagos. Na altura, estava quase a terminar de ler «A biblioteca da meia-noite» de Matt Haig.

Este ano, quando estava a tomar banho na bem mais fria água do Oeste, voltei a pôr o pé no sítio errado e lá senti (outra vez!) o espinho de um peixe-aranha. Parece que, apesar da água do oeste ser famosa por ser fria, este ano tem estado mais quente (comprovo!) e tem havido também mais peixes-aranhas por aqui.

Desta vez, não estava prestes a terminar nenhum livro, estava mesmo no início de «A troca» de Beth O’Leary que é exatamente aquilo que promete. Uma leitura fluida sobre uma avó e uma neta que trocam de vida. A neta tenta resolver o seu burnout do trabalho e alguns problemas da vida familiar trocando o burburinho de Londres pelo campo e a avó tenta apimentar a vida com encontros online em Londres. Não sei se é tão bom como o livro mais conhecido da autora «Apartamento partilha-se» que não li, mas vi e recomendo muito a série baseada no livro. Ainda assim, gostei muito de conhecer esta autora e, apesar do livro ser um romance que se lê muito bem trata temas como a saúde mental e o luto:

Quando as pessoas falam de perda, dizem sempre que nunca mais seremos os mesmos e que esse acontecimento vai deixar um buraco na nossa vida. (...) Mas, quando perdemos alguém que amamos, não perdemos tudo o que essa pessoa nos deu. Ela deixa qualquer coisa connosco.

Todas as coisas maravilhosas de Ivo Canelas

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Fui ver «Todas as coisas maravilhosas» de Ivo Canelas e reitero todos os elogios que tenho lido a esta peça. Que experiência incrível!

A sinopse diz-nos que um rapaz começa, com sete anos, a escrever uma lista de coisas maravilhosas depois de uma tentativa de suicídio da mãe. Pela sinopse, a peça poderia dar uma visão simplista, ou demasiado floreada, da depressão. Mas achei exatamente o contrário. Esta peça consegue a proeza de falar sobre a depressão, sem romantizar nada, mas também sem tornar as coisas demasiado negras. Faz rir e faz chorar.

Tenho muito mais a dizer sobre esta peça, mas não quero contar muito, porque acho mesmo que é bom ir ver a peça sem sabermos o que se vai passar naquela sala, saborear e sair a pensar “porra, isto foi mesmo bom!”.

A peça é baseada no texto de Duncan Macmillan que já foi adaptado um pouco por todo o mundo e até já está num documentário na HBO, mas a peça do Ivo Canelas é uma experiência absolutamente imperdível. As sessões para esta temporada estão esgotadas, mas a ticketline põe à venda alguns bilhetes duas horas antes de cada sessão, por isso, é tentarem arranjar um desses bilhetes, porque vale tanto a pena. Provavelmente, a melhor experiência em teatro que já tive na vida. A sério, não percam isto por nada.