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Livros, viagens e tudo o que nos acrescenta

Enchantement de Katherine May

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Estou a ler o novo livro da Katherine May. Da autora, já li o «Wintering» que amei e o «The electricity of every living thing», também muito bom, e agora estou a ler o «Enchantment».

O «Wintering» é o único livro da autora que está traduzido em Portugal pela Clube do Autor. Além de ter o título (péssimo) de «Reiniciar», está classificado como auto-ajuda.

Sucede que em inglês, o livro está classificado como “memoir”, ou livro de memórias em tradução livre o que é, a meu ver, bem diferente de um livro de auto-ajuda. No livro, a autora viaja por vários países e estuda a forma como vivem o Inverno, partilhando também memórias da sua vida.

Há uns tempos, numa entrevista, o Guilherme del Toro queixava-se de um dos seus filmes (o Crimson Peak) ter sido “vendido” como um filme de terror pelos estúdios quando, na realidade, é um filme gótico. Simplesmente, os estúdios acharam que um filme de terror venderia mais bilhetes.

Talvez a auto-ajuda tenha mais saída em Portugal (basta ver como se saem os livros do Gustavo Santos, por exemplo), mas defraudar as expectativas dos leitores nunca é uma coisa boa. Além disso, há livros de memórias ou autobiográficos a saírem-se, pelo menos aparentemente, bem no mercado em Portugal, como os da Jennette McCurdy e o do Trevor Noah. Porque não vender os livros por aquilo que são?

Em relação a este novo livro da autora, acho que Katherine May tem o dom de conseguir escrever sobre os tempos atuais de uma forma quase poética:

If there was a spirit of this age, it would look a lot like fear. For years now we've been running like rabbits. (...) It's a chain reaction, a river of terror surging incoherently onwards, gathering up other wild, alert bodies who in turn signal their own danger. There is no one predador from which to escape; there are many. We are in the business of running now. It is all so urgent. There is no other solution. We can only run, and panic, and chatter our fears to others, who will mirror them back to us.

Enfim, gosto muito desta autora e vou continuar a ler todos os livros de memórias que publicar.

As séries que ando a ver: Daisy Jones and the six, New Amsterdam, From e Beef

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Daisy Jones and the six

Não li o livro de Taylor Jenskins Reis que deu origem à série, por isso, não posso falar sobre se a série é ou não fiel ao livro, mas gostei da série e das músicas que a acompanham.

Seguimos uma banda, os Daisy Jones and the six, que faz muito sucesso durante algum tempo e depois separam-se e vamos acompanhando entrevistas com os vários elementos da banda para entender porquê. 

Apesar de ter gostado muito, acho que toda a série se encaminha para alguma revelação que depois não é nada de especial. Ainda assim, gostei dos personagens, do realismo que nos faz acreditar que esta banda existiu mesmo, das paisagens da Grécia que aparecem nalguns episódios e adorei as músicas. Está no Prime Video.

Trailer aqui

 

New Amsterdam

Um hospital público em Nova Iorque tenta fazer o melhor com os recursos que tem e resolver alguns problemas da comunidade, como a crise dos opiáceos e o facto de muitos nova iorquinos não terem seguro de saúde. Como sempre em séries longas, há episódios (e temporadas) mais interessantes do que outros mas, ainda assim, é uma série com um núcleo de médicos bom e histórias interessantes. As duas primeiras temporadas estão na Netflix.

Trailer aqui

 

From

Esta série passou algo despercebida, mas é pena, porque é excelente para quem gosta de suspense e terror.

Em «From», temos uma cidadezinha onde as pessoas vão ter enquanto estão a fazer viagens de carro pelos Estados Unidos e de onde não conseguem sair. De dia, tentam encontrar uma explicação para o sucedido ou simplesmente viver uma vida normal. De noite, escondem-se em casa e trancam portas e janelas para se esconderem de monstros que vivem na floresta e que parecem pessoas mas que os querem matar. Confuso? Sim é, mas é muito boa para quem gosta de séries de terror e de séries estilo Dark.

Trailer aqui

 

Beef

Duas pessoas, que são imigrantes de segunda geração, têm um incidente num parque de estacionamento. Aquilo que é um acontecimento banal toma proporções enormes quando estas duas pessoas passam para este incidente todas as suas frustrações, ao ponto disto consumir todos os seus pensamentos e ações.

É um thriller, nalguns momentos, e uma comédia negra, noutros. É uma série sobre vingança, sobre solidão, sobre raiva e sobre classes sociais. É de loucos, mas é boa e está na Netflix.

Trailer aqui

Things to look forward to de Sophie Blackall

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Durante a pandemia, a autora deste livro decidiu registar 52 coisas que valem a pena na vida, em texto e ilustração.

Everyone needs things to look forward to - big things and small things, on good days and on bad days; things that will buoy our spirits and make us laugh and help us feel alive.

Algumas destas coisas são café (e aquele cheirinho a café de manhã), o mar, dar festas a cães na rua (eu sou mais pessoa de gatos), aprender uma coisa nova, um bolo acabado de fazer, votar (e aquele sentimento de missão cumprida), música (e aquele momento em que o rádio do carro toca a nossa música preferida), viajar e voltar a casa, receber um postal ou uma carta no correio, um livro novo (ou velho) (e aquele cheirinho a livros).

Enfim, um livro que se lê num instante, mas que é para guardar na estante e reler.

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