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Livros, viagens e tudo o que nos acrescenta

Heartstopper: os livros e a série da Netflix

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Se tivesse de descrever Heartstopper numa palavra seria wholesome. No final do primeiro volume desta banda desenhada, a autora escreve que a série é um conforto para ela e isso transparece nos livros.

Heartstopper é uma série de quatro volumes (e um quinto que está para sair em 2023) sobre dois rapazes que se apaixonam no liceu, o Charlie e o Nick. Ao longo dos livros vamos acompanhando a relação deles, como lidam com os comentários pouco simpáticos (às vezes, homofóbicos) de terceiros e como tentam manter a relação um com o outro à medida que vão descobrindo quem são.

Heartstopper foi adaptado pela Netflix para uma série de 8 episódios que cobrem os dois primeiros livros. Imagino que haverá uma segunda (e eventualmente uma terceira) temporada para os restantes. A série está, no geral, muito fiel ao livro mas acrescenta mais desenvolvimento para alguns personagens. É uma adaptação tão boa ou, se não mesmo melhor, do que os livros. A série tem algumas animações, que me fizeram lembrar o filme “What if”, e que acabam por passar alguma coisa dos traços de banda desenhada para o ecrã.

Se precisam de uma série leve, que certamente vos vai fazer sorrir, esta é uma boa aposta.

Paralisia do sono na Sic Notícias

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Um dos fenómenos engraçados de se ter um blog há algum tempo, é perceber que há certos posts que, por uma razão ou por outra, continuam a ter muitas visualizações mesmo tendo sido escritos há alguns anos. É o caso deste post sobre paralisia do sono que escrevi em 2017. Na verdade, não me surpreende muito. Quem tem episódios de paralisia do sono, não percebe muito bem o que está a acontecer, se é real ou não, se é normal ou não. E o mais natural nestas situações, hoje em dia, é ir perguntar ao Google.

Há uns bons meses atrás (esqueci-me de partilhar aqui...) fui contactada por uma jornalista da Sic Notícias para responder a algumas perguntas sobre paralisia do sono para uma reportagem online da série «Olhar pela saúde». Podem ler a reportagem aqui, se tiverem interesse, e uma thread no reddit sobre o assunto aqui.

The dropout: a série genial sobre a farsa de Elizabeth Holmes

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"Consegues fazer tudo o que quiseres."

"Não aceites um não como resposta."

Quantas vezes já ouvimos estas expressões? Elizabeth Holmes levou-as à letra. Era aluna em Stanford quando teve uma ideia. E se qualquer pessoa conseguisse fazer análises com base numa única gota de sangue? E se conseguíssemos analisar o nosso sangue a partir de casa? A ideia era genial num país como os Estados Unidos onde, sem seguro de saúde, uma simples análise ao sangue pode chegar aos mil dólares. O problema era que Holmes não tinha conhecimento nem capacidade para passar da teoria à prática. Mas tinha um talento inegável para fingir que sim.

Holmes desistiu de Stanford e criou a Theranos. Mudou a forma de se vestir, de comunicar e mudou a voz. Arranjou investidores e tornou-se numa inspiração. Afinal, Holmes era uma mulher jovem, CEO de uma empresa que valia milhões. Foi capa da Forbes e da Fortune e apresentada como o novo Steve Jobs.

Só que Theranos nunca conseguiu atingir o que prometeu. As gotas de sangue eram diluídas e, muitas vezes, analisadas em máquinas da Siemens, já que as da Theranos nunca foram funcionais. A empresa dava resultados falsos aos pacientes. Como acontece tantas vezes nestas histórias, um jornalista do The Wall Street Journal publicou um artigo sobre a fraude que era a Theranos.

Não demorou muito até Holmes ser condenada por fraude. Em Setembro deste ano, Holmes vai saber a pena a cumprir por ter sido considerada culpada em 4 acusações de fraude, cada uma com uma pena máxima de 20 anos.

A série da Hulu que tem Amanda Seyfried no papel de Holmes vê-se como um thriller psicológico. É como ver um comboio a descarrilar. Nós sabemos que vai acabar tudo mal, mas não conseguimos parar de ver.

Uma das professoras de Elizabeth em Stanford disse-lhe muitas vezes que o que queria fazer era impossível. Nas suas palestras, Holmes usava esta história para incentivar outras mulheres na ciência a quebrar barreiras. Só que Holmes é a exceção que confirma a regra. Às vezes, aceitar um não pode ser a decisão certa. Se Elizabeth tivesse ouvido aquela professora, talvez não fosse enfrentar até 80 anos de prisão.

Trailer aqui.