Duas novelas gráficas para ler: O pescador de memórias e Balada para Sophie
Cheguei tarde às novelas gráficas. Comecei por ler duas muito conhecidas («Maus» e «Persépolis») e o ano passado li «The best we could do». Este ano já li estas duas de autores portugueses:
O pescador de memórias de Miguel Peres e Majory Yokomizo
Este livro conta a história de Lethe que está preso numa ilha deserta, sem saber como lá foi parar. A sua única salvação é pescar fragmentos de memória perdidos no mar. É um livro curto mas muito bonito sobre a perda de memória e a forma como está ligada a quem somos.
Há um post bem antigo neste blog sobre o «De profundis, valsa lenta» do José Cardoso Pires que também fala sobre a perda de memória, neste caso, após o autor sofrer um AVC:
(...) o que me parece desde logo implacável e irreversível é a precisão com que em tão rápido espaço de tempo fui desapossado das minhas relações com o mundo e comigo próprio.
Esta novela gráfica não está à venda nas livrarias convencionais mas podem comprar (e ver algumas páginas) no site da editora que é a Kingpin books.
Balada para Sophie de Filipe Melo e Juan Cavia
Andei a resistir a este livro durante muito tempo porque é caríssimo. Encontrei-o na biblioteca mas tinha uma lista de espera interminável (o que é bom sinal).
Julien Dubois é um pianista de sucesso que vive numa mansão. Um dia, é visitado por uma jornalista que o convence a contar a sua história. Confirmo todos os elogios que têm sido feitos a esta novela gráfica. É um trabalho incrível que junta desenhos lindíssimos a uma história bem construída que nos prende do início ao fim. A música que dá título ao livro existe mesmo e, depois de ler, podem ouvir aqui.