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Livros, viagens e tudo o que nos acrescenta

Bookshelf tour

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Gosto bastante de ver bookshelf tours em blogs e no youtube, por isso, decidi trazer uma aqui para o blog. Tenho mais livros de outras colecções (como a dos livros que viraram filmes da Sábado) e outros livros que não sei se tenho interesse em ler ou livros mais  infantis mas estes são os principais. Podem clicar nas imagens para ver em tamanho grande.

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Autores de língua portuguesa (e outros):

Em cima, estão os autores de língua portuguesa à esquerda, sendo que os que estão marcados a branco são os livros que já li. O primeiro livro mais escondido é «Os Maias». Por uma questão de espaço, à direita, estão livros de autores brasileiros (como Jorge Amado, Lygia Fagundes Telles, Érico Veríssimo) e de língua espanhola (Luís Sepúlveda, Isabel Allende, Mario Vargas Llosa) sendo que destes livros ainda não li nenhum.

 

Livros de ficção traduzidos:

Na prateleira de baixo estão livros de ficção de autores estrangeiros traduzidos. Já li todos os que estão à esquerda, à excepção dos últimos quatro («Um, ninguém e cem mil» de Luigi Pirandello, «O amor nos tempos de cólera» de Gabríel García Marquez, «História de uma família decente» de Rosa Ventrella e «O quarto de Marte» de Rachel Kushner que comecei e ainda não acabei). À direita empilhados são todos livros por ler (reparei agora que o «Sapiens» devia estar na parte da não ficção).

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Livros de não ficção:

É a minha prateleira preferida. São livros de não ficção que incluí livros de viagens (maioritariamente do Gonçalo Cadilhe), autobiografias, livros de memórias, crónicas, entre outros. Estão aqui muitos dos meus livros preferidos. Li todos à excepção dos que estão empilhados à direita.

 

Clássicos e colecções:

Li muito poucos livros desta prateleira que tem livros clássicos e de colecções como a colecção mil folhas do jornal Público (ainda não li nenhum), a colecção os livros dos filmes do Diário de Notícias (li «Drácula» e «Frankenstein», sendo que falta ler «O clube dos poetas mortos», «Forrest Gump» e «A cor púrpura»), livros da colecção dois mundos (li «O diário de Anne Frank»), o Gatsby da colecção novis da Visão e livros de bolso da Livros do Brasil (que também ainda não li nenhum), entre outros livros clássicos que ainda não li que não pertencem a colecções (como o «Oliver Twist» ou o «Nossa senhora de Paris»).

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Diversos:

É um misto de livros do Calvin and Hobbes, o Principezinho em versão pop-up, o «Cartas ao pai Natal» do Tolstói, a biografia ilustrada de Frida Kahlo, livros da National Geographic, um livro de fotografia e um do Austin Kleon, dois livros da coleção de juvenis do Público e três calhamaços. Já li «Pátria» de Fernando Aramburu e alguns contos do livro do Poe, mas falta-me ler «O pintassilgo» de Donna Tart.

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Livros em inglês e clássicos infantis:

Alguns clássicos infantis em português (à esquerda, que já li) e livros em inglês sendo que os que estão marcados a branco são os que já li. Dos clássicos infantis que tenho aqui falta-me ler os dois livros da Alice que são da colecção de clássicos da Penguin. Dos restantes, falta-me ler o «Fey Folk» (que comprei na Grécia), o livro de conselhos da Cheryl Strayed (baseado na coluna que ela teve num jornal), o «Memoirs of a polar bear», o livro dos Durrells (que já comecei) e o «Man seeks God» do Eric Weiner. Em baixo está o lindíssimo «Cabinet of Natural Curiosities» da Taschen que já mostrei aqui.

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Harry Potter (e intruso):

Os livros do Harry Potter (alguns já estão muito velhinhos), o Monstro fantásticos e onde encontrá-los e o «Harry Potter and the cursed child». Depois há o «Nómada» da Stephanie Meyer.

Viagens com o Charley de John Steinbeck

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Em «Viagens com o Charley» John Steinbeck relata a viagem que fez ao longo de três meses pelos Estados Unidos, apenas com o Rocinante e o seu cão Charley como companhia. O autor vai intercalando relatos da viagem em si, com conversas com estranhos que vai conhecendo ao longo do percurso e algumas reflexões sobre as viagens e sobre os Estados Unidos.

Curiosamente, quando pesquisamos no google sobre o livro vemos que as perguntas mais comuns são sobre o Charley ou sobre o género literário da obra:

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Does the dog die in Travels with Charley?

Esta pergunta é feita claramente por pessoas que (como eu) leram o «Marley e eu» de John Grogan ou viram o filme e ficaram um bocadinho traumatizadas. Não, o Charley não morre no livro. Podem ler descansados.

 

What kind of dog is Charley in Travels with Charley?

O Charley é um poodle (podem ver uma fotografia dele e do Steinbeck aqui).

 

Is Travels with Charley fiction? / What genre is Travels with Charley?

Esta é a questão mais complexa. John Steinbeck fez, de facto, uma viagem pelos Estados Unidos no Outono de 1960. O livro foi publicado dois anos depois e publicitado como sendo autobiográfico. Apesar disso, um jornalista tentou recentemente recriar a viagem do autor e encontrou muitas discrepâncias com o livro. Assim, na edição que celebra os 50 anos da obra a Penguin optou por escrever na introdução que o livro se tratava de uma obra de ficção. Podem ler mais sobre esta polémica aqui.

 

Este foi o primeiro livro que li do John Steinbeck (apesar de também ter em casa «As vinhas da ira») e gostei muito. Entre relatos de viagem e reflexões, os momentos com o Charley foram, de longe, os meus preferidos. Gostei muito das incursões ao veterinário, da história com ursos no parque de Yellowstone e das reflexões do autor sobre o cão. Se dependesse de mim, havia muito mais Charley neste livro. De qualquer forma, gostei muito e recomendo, mas tenham em conta que é um livro (maioritariamente) de ficção para não se sentirem defraudados quando pesquisarem sobre o assunto.

Defending Jacob: a série impressionante que todos deviam ver

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Na cidade de Newton, nos Estados Unidos, um rapaz aparece morto num terreno perto da escola. Andy Barber, o personagem principal, é advogado e procurador na cidade e torna-se responsável pelo caso. Isto até o seu próprio filho de 14 anos, Jacob, se tornar no principal suspeito. A partir daqui, e ao longo de 8 episódios de 45 minutos, vamos acompanhar o julgamento de Jacob (que, por estamos no estado do Massachusetts é julgado como um adulto).

Mas, mais interessante do que isso, vamos acompanhar os pais de Jacob que, no meio de muito escrutínio mediático, têm de tentar responder a esta pergunta: Será que o seu filho é um assassino?

É impossível não comparar esta série a «We need to talk about Kevin» uma vez que abordam o mesmo tema. Mas confesso que se tivesse de escolher entre esta série e o filme, escolhia a série. Levanta muitas questões (e dá muito poucas respostas), agarra-nos completamente do primeiro ao último episódio e aprofunda vários assuntos, não deixando nada pela superfície. Recomendo muito.

Trailer aqui.

Duas livrarias (online) que recomendo

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Infelizmente, e ao contrário do que aconteceu no Reino Unido, as vendas de livros caíram em Portugal durante o fecho das livrarias. Houve várias iniciativas, como a RELI (rede das livrarias independentes) e pareceu-me, pelo menos pelos blogs e pelo youtube, que muita gente continuou a comprar livros. Entretanto, a feira do livro já foi anunciada para final de Agosto e início de Setembro mas, até lá, ficam aqui duas livrarias onde comprei livros online recentemente e que recomendo.

 

Livraria snob

A livraria snob vende livros online e também tem uma loja física em Lisboa. Neste caso, comprei três livros:

- O amor nos tempos de cólera de Gabriel García Marquez

- Flush de Virginia Woolf

- Meia-noite e dois de Stephen King

Ficaram a oito euros cada um (com portes incluídos). Já tinha comprado livros na snob anteriormente e correu sempre tudo bem. Vale a pena ir vendo as promoções que fazem pela página do facebook.

 

Livraria solidária de Carnide

A livraria solidária de Carnide também vende online, além de ter um espaço físico em Lisboa. Vendem livros como novos ou usados entre 1 e 5 euros e 100% das receitas revertem para projetos culturais e de desenvolvimento local.

Neste caso comprei:

- Alfie - o gato do bairro de Rachel Wells

- O clube Dumas de Arturo Pérez-Reverte

- Viva México de Alexandra Lucas Coelho

Ficaram a 13 euros no total e recomendo muito que usem esta livraria. Além de terem muitos livros disponíveis (e alguns muito recentes), os livros que recebi estão como novos. Podem encomendar através do catálogo online.

E vocês, que livrarias (online ou físicas) recomendam?

Mataram a cotovia de Harper Lee

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A primeira vez que tive vontade de ler este livro foi a ver o filme «Capote» que segue a história de Truman Capote durante os anos em que investigou o assassinato de uma família no Kansas que o levou a escrever «A sangue frio». Harper e Truman foram vizinhos e colegas de escola na infância e ficaram amigos até muitos anos depois. No filme, Truman vai a uma festa de lançamento do livro de Harper: «Mataram a cotovia».

Este livro publicado nos anos 60 conta a história de um advogado que, durante a década de 30 no Alabama, defende um homem negro que é acusado injustamente de violar uma mulher. O mais interessante do livro é que a história é contada do ponto de vista da filha deste advogado, a Scout. Assim, acabamos por ter duas visões. A das crianças que começa agora a ser corrompida pelos preconceitos sociais e a visão dos adultos (que não consegue tolerar que a palavra de um homem negro se sobreponha à de uma mulher branca).

Pode ser injusto ler um clássico tão lido, tão falado, tão conhecido porque é impossível não ter as expectativas altas ao ler um livro assim. Na primeira parte do livro, Harper demora-se a dar-nos a conhecer as personagens da cidade fictícia de Maycomb onde se passa a história. Na segunda parte, o livro torna-se bem mais interessante e vemos todo o julgamento do ponto de vista de Scout, do seu irmão Jen e do amigo Dill. «Mataram a cotovia» é um clássico incontornável que merece todo o apreço que tem recebido desde a sua publicação.

Recentemente, com tudo o que tem acontecido nos Estados Unidos, tem-se revelado cada vez mais importante. Sobre isto recomendo muito ouvir John Oliver e Trevor Noah, assim como ler as obras de Maya Angelou («Sei porque canta o pássaro na gaiola»), Trevor Noah («Born a crime»), Alice Walker («A cor púrpura»), entre outros. Este é o momento certo para nos tornarmos mais informados, conscientes e capazes de argumentar contra o que se passa à nossa volta e que, tantas vezes, por desconhecimento ou privilégio ignoramos.

Ler os contos de Edgar Allan Poe

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Comprei este livro ma-ra-vi-lho-so da editora Saída de emergência há algumas semanas atrás. É uma selecção de 28 contos do Edgar Allan Poe, em capa dura, em que cada conto tem uma ilustração associada. Segundo pesquisei, além desta, há outra edição de contos do Poe em Portugal da Temas e Debates que tem todos os contos. Custam o mesmo, mas achei esta tão mais bonita que foi a que acabei por esolher.

Entretanto, o canal de youtube ler antes de morrer vai fazer lives durante o mês de Junho para falar de oito contos do Edgar Allan Poe que partilho aqui para quem quiser acompanhar esta leitura colectiva. Os contos são (em português de Portugal):

6/6 - Berenice

10/6 - O rei peste

13/6 - William Wilson (o que estou mais curiosa para ler uma vez que inspirou o «The outsider» de Stephen King).

17/6 - O coração delator/revelador

20/6 - O poço e o pêndulo

24/6 - Enterramento prematuro (o único que não encontrei na minha colectânia)

27/6 - A verdade sobre o caso do senhor Valdemar

1/7 - A pipa de amontillado

Podem saber mais sobre a leitura coletiva aqui. Os contos do Poe estão em domínio público e, por isso, não é difícil encontrá-los na internet em inglês. A Lello também disponibilizou há algum tempo um livrinho de contos que tem dois dos acima referidos.

Dez coisas que adorei no LX Factory

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Eu sei que as viagens e os passeios ainda estão um bocadinho off limits mas não custa ir sonhando nos entretantos.

Já tinha ido duas vezes ao LX factory, em Lisboa, e gostei mas não adorei. Em resumo, não percebia o que tanta gente lhe via de extraordinário e senti até alguma desilusão. Mas isso foi até lá ter ido num domingo meio solarengo, meio chuvoso do início de Março (na verdade, na minha última saída da casa antes de um longuíssimo isolamento social). É certo que havia muita gente, o que nunca me agrada. Mas, para compensar, havia muita coisa a acontecer e cada sítio onde entrava tinha algo de especial para oferecer. Eis as minhas 10 coisas preferidas:

1. Ver as bancas da feira de artesanato - O LX market estava todos os domingos no LX factory entre as 10 e as 18 horas. Tem bancas de pão e queijo, cadernos artesanais, bijuteria, plantas... Tem tudo e mais alguma coisa, incluindo bonecas de voodoo.

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2. Entrar na livraria Ler Devagar - Apesar de estar longe de ser uma das minhas livrarias preferidas em Lisboa (gosto mais de livrarias antigas como a Bertrand do Chiado e de alfarrabistas), vale a pena conhecer a Ler Devagar. No piso de baixo tem os livros mais recentes e, no de cima, livros por categorias e também uma loja de discos de vinil.

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3. Conhecer o mundo de Michel no segundo piso da Ler Devagar - Michel é francês e vive há quarenta anos em Lisboa, onde toca acordeão e dança sapateado. Na livraria, tem um espaço que vai alterando de acordo com as suas inspirações do momento. Há ilustrações, objetos e fotografias antigas, marionetas e, claro, o seu precioso acordeão.

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4. Provar o bolo de chocolate da Landeau - Dizem que é o melhor bolo de chocolate do mundo. Efetivamente, não sei se é o melhor do mundo, mas é absolutamente divinal. Tem uma camada de bolo, outra de mousse e um pó de brigadeiro em cima e em baixo. Além disso, a Landeau tem uma decoração em tons de azul, verde e castanho muito bonita, cheia de detalhes originais.

5. Conhecer o programa de refill da Benamôr - Foi uma loja onde entrei apenas por curiosidade. Tem uma decoração muito bonita com recipientes de vidro enormes cheios de gel de banho, loção de corpo e outros produtos. Tudo isto faz parte do programa de refill. Ou seja, compram a embalagem de alumínio de 500 ml por 1,5 euros e o produto que quiserem. Quando este terminar levam à loja e a embalagem vai para desinfeção (daí os recipientes serem de alumínio porque este produto pode ir a altas temperaturas) e depois, a partir daí, pagam apenas o conteúdo da embalagem.

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6. Entrar na loja de velharias - Chama-se muitomuito e entrar lá faz-me lembrar a casa dos meus avós e a minha infância nos anos 90. Tem desde móveis e quadros antigos a brinquedos de criança, passando por livros em segunda mão. 

7. Sair maravilhado do teatro da caixa de Van Gogh - É um pequeno teatro sobre a vida e os quadros de Van Gogh. Espreitam pelo buraquinho, põem os auscultadores e garanto-vos que vão ficar surpreendidos com o que é possível fazer-se acontecer dentro de uma pequena caixa de madeira. Há um segundo teatro, também sobre Van Gogh, numa caixa que está na livraria Ler Devagar.

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8. Apreciar a música brasileira no restaurante Boqueirão - Não foi desta que provei a comida brasileira do Boqueirão (que tem menús a preços bem acessíveis) mas fica para uma próxima visita.

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9. Ver o graffiti da Frida Kahlo - Está na fachada do restaurante mexicano e tem uma das frases bonitas que tanto a caracterizam.

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10. Ver todos os outros graffitis.