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Ler, escrever e viver

Ler, escrever e viver

Três razões para ler um livro na quarentena

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Não consigo ver mais artigos sobre como ser produtivo na quarentena. Vi o vlog do John Green (cujos livros nunca li para dizer a verdade) sobre algo muito mais importante, manter a saúde mental e gostei tanto que tinha de partilhar. Num dos pontos, ele fala sobre continuar a fazer coisas que nos estimulam e que nos fazem bem (e que nos distraem da realidade...). Aqui ficam três razões para se ler um livro por estes dias:

1. É melhor do que ler as notícias: A sério, juro. Sinto-me dividida entre querer estar informada sobre o que vai acontecendo e querer, digamos, manter a sanidade mental. Como tudo na vida, também isto vai passar. Nos entretantos, temos de manter a cabeça ocupada e o coração sereno. Instalei o block site, que é uma extensão do Google chrome que nos permite bloquear sites e palavras-chave. Durante uns quinze minutos por dia, desbloqueio sites de notícias e vou saber as novidades. Depois volto a bloquear e vou fazer outras coisas.

2. Ajuda a dormir melhor: Custa-me sempre adormecer quando fico em casa o dia todo e ler um bocadinho antes, nem que seja por dez minutos, ajuda muito.

3. É uma boa forma de distração: Acho que o mundo se divide entre as pessoas que, numa pandemia, vão ler «A peste» do Camus ou o «Ensaio sobre a cegueira» do Saramago e ver o filme «Contágio» e as pessoas que querem fugir dessas histórias. Eu estou claramente no segundo grupo. Fiz uma lista da vergonha com todos os livros que tenho na estante para ler e tenho pegado naqueles que têm histórias pouco pesadas, uma escrita fluida e que, definitivamente, estão longe da realidade em que vivemos agora.

Este blog faz 5 anos

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Parece mentira mas este blog faz 5 anos. Foram cinco anos em que escrevi sempre menos do que pretendia, mas em que tentei nunca deixar o blog demasiado tempo de lado.

Por um lado, parece que coube imensa vida nestes cinco anos, mas por outro, parece que não aconteceu quase nada. Como em tudo, suponho.

A verdade é que, ao olhar para os arquivos do blog, me surpreendo com muitas das coisas que fiz e que aqui registei. Coube aqui a minha viagem à África do sul (há cinco anos), duas experiências maravilhosas de voluntariado com tartarugas marinhas na Grécia e um estágio no meio do nada no Brasil. Foi destas experiências na Grécia que resultou um guia de voluntariado internacional e uma boa quantidade de trocas de e-mails com muitas pessoas que leram os posts no blog e queriam fazer voluntariado com tartarugas marinhas. Alguns chegaram mesmo a fazê-lo e a enviar-me um feedback muito positivo da experiência (o que me deixa sempre muito feliz).

Arriscando-me a repetir o que tem sido ecoado pela blogosfera, quando comecei este blog, havia mais interesse nos blogs no geral. Entretanto, o youtube ganhou dimensão, os podcasts foram surgindo, além do instagram, do twitter e do facebook e as pessoas dispersaram. Mas a blogosfera continua a ser o meu sítio preferido na internet. E este blog tornou-se, nos últimos cinco anos, um espaço onde posso escrever à vontade sobre aquilo que me interessa, sem medos. Onde posso partilhar experiências, livros, filmes e séries. Ou onde posso simplesmente desabafar, quando preciso e quando faz sentido. A verdade é que adoro este blog e tem-me dado um gozo enorme escrever e partilhar os meus textos por aqui.

 

Aqui ficam os meus posts preferidos destes cinco anos:

 

Por isso, só me resta agradecer a todos os que passaram por aqui nos últimos cinco anos, que deixaram comentários ou sugestões :)

As novas séries que ando a ver

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Um drama baseado na tetralogia da Elena Ferrante, um thriller baseado num livro de Stephen King e um documentário surreal para o caso de estarem a precisar de novas séries para ver.

 

Don't fuck with cats

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Andei a evitar ver este documentário durante algum tempo por causa das cenas com gatos. É verdade que, no primeiro episódio, os vídeos publicados na internet de um rapaz a matar gatos fazem confusão. Felizmente, a netflix nunca chega a mostrar a totalidade dos vídeos. A partir daí, temos um grupo que se junta no facebook para perseguir o assassino de gatos e um jogo de gato e de rato que acaba de forma desastrosa. Acho que nunca vi um retrato tão bom (e tão assustador) do tempo que vivemos em que a internet (e, muitas vezes, a atenção alheia) é tudo. Se não soubesse desde o início que é uma história real, jamais teria acreditado que fosse possível esta história acontecer. Pela vossa saúde, não podem perder isto!

Trailer aqui

 

A amiga genial: segunda temporada

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Já tinha escrito sobre a primeira temporada da adaptação da tetralogia de Elena Ferrante. Gostei muito mas não achei que as duas personagens principais (a Lila e a Lenú) tivessem a melhor dinâmica entre si. Como passámos da infância para a adolescência nesta segunda temporada, as atrizes mudaram e achei as duas excelentes nesta nova temporada. Gostei muito do que da primeira mas a verdade é que também gostei muito mais do segundo livro da série do que do primeiro.

Trailer aqui

 

The outsider

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Mais uma série baseada num livro de Stephen King. Confesso que me senti enganada porque «The outsider» começa com o corpo de um rapaz de 11 anos a ser encontrado e uma equipa de detetives junta-se para investigar o caso. Parecia uma série policial mas se há coisa que esta série nos mostra é que as aparências iludem. É difícil falar desta série sem dar spoilers mas está extremamente bem construída, apesar de ter uma ação demasiado lenta em alguns momentos. Fez-me lembrar, nalguns pontos da história, o filme «Us» de Jordan Peele.

Trailer aqui

Qual é o vosso género de livros preferido?

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Numa altura em que a grande maioria das pessoas tem passado mais tempo em casa, decidi escrever sobre livros. Em particular sobre os meus livros preferidos. Andei pela minha conta do goodreads a tentar perceber quais foram os meus livros favoritos nos últimos anos e percebi que têm quase todos algo em comum. Uma boa parte dos meus livros preferidos são livros de não ficção, principalmente autobiografias ou livros de memórias escritos por mulheres. Seis deles são:

Há excepções, claro. «Born a crime» de Trevor Noah também entra na lista dos meus livros de não ficção preferidos de sempre e há também vários livros de ficção como a tetralogia de Elena Ferrante.

Mas este género de livros de não ficção são sempre aqueles que vejo numa livraria e já sei que, em princípio, vou adorar. Por isso, se tiverem sugestões deste género deixem nos comentários. Entretanto, «Becoming» de Michelle Obama e «Sei porque canta o pássaro na gaiola» de Maya Angelou são dois dos próximos que quero ler.

E desse lado? Têm algum género ou nicho de livros preferido?

Lello: a livraria mais bonita do Porto

“Happiness can be found even in the darkest of times, if one only remembers to turn on the light”.

Se forem como eu, este é o tipo de frase que vos faz não conseguir parar de ler um livro e ficar completamente agarrado a uma história. Quem gosta, já adivinhou que a frase é de Dumbledore. Estes momentos de sabedoria, os personagens principais que eram só miúdos e podíamos perfeitamente ser nós e uma história construída como se fosse um puzzle que vamos desvendando a cada livro tornaram Hogwarts numa casa onde todos queríamos estar. Por isso, acho que não surpreende ninguém que qualquer coisa associada ao Harry Potter seja um sucesso. Como a livraria Lello, no Porto.

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Na verdade, a J. K. Rowling viveu no Porto no início dos anos 90 e foi cliente da livraria que abriu portas em 1906. Entrar na Lello é ter uma pequena miragem do que será Hogwarts e, em particular, da Flourish and Blotts (onde os personagens compram os manuais).

Já tinha estado na Lello na última vez que estive no Porto (que foi também a primeira) e, por isso, não estava a pensar voltar a entrar. Bom, por isso, e porque a entrada são cinco euros (dedutíveis na compra de um livro). Mas bem, o problema foi que quando passei pela Lello estavam umas dez pessoas lá dentro. Era um final de tarde de Fevereiro e pareceu-me uma boa oportunidade para ver melhor a Lello. Da última vez que lá estive estávamos em Junho, a fila para comprar entrada dava inúmeras voltas no armazém e estava lá tanta gente que não havia espaço para circular.

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É lindíssima a Lello. Tem livros mais conhecidos e recentes em baixo e, no piso de cima, tem edições menos recentes divididas por temas (com livros bem interessantes). Além disso, há um expositor com algumas primeiras edições de clássicos infantis e de livros de autores portugueses. Há também uma nova sala dedicada a edições em inglês do Harry Potter.

Se quiserem fazer valer o dinheiro da entrada, podem sempre comprar um livro sendo que a Lello tem alguns livros em edição própria. São livros pequenos, de capa dura, em inglês e em português de clássicos como «Romeu e Julieta», «Drácula», «Frankenstein», «Amor de perdição», «Alice no país das maravilhas», entre outros.

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O café dos gatos do Porto

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Gatos e café são duas das minhas coisas preferidas da vida, por isso, não é de admirar que uma visita ao café dos gatos do Porto estivesse nos meus planos para um fim-de-semana na cidade. Não só estava nos meus planos, como foi logo o primeiro sítio que visitei.

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O «Porto dos gatos» tem três salas. Uma sala de cafetaria interior que só é acessível aos humanos. Uma sala para os habitantes felinos, que tem camas, mantinhas, esconderijos e uma árvore para trepar. Enfim, tudo aquilo de que os gatos gostam. E, por fim, há um pátio exterior transformado em esplanada que é comum a felinos e humanos e onde se está lindamente.

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É importante dizer (e faz parte do bom senso de cada um) que os gatos não devem ser incomodados. Podemos dar festas e interagir com eles, desde que eles estejam para aí virados. Caso contrário, não os devemos importunar. Isto porque, caso alguém desse lado não saiba, os gatos são seres alienígenas que habitam a Terra e toleram a nossa presença no mesmo planeta. Quando não querem ser incomodados, não devemos insistir.

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Feito este aparte, digo-vos que, além do «Porto dos gatos» ser um café muito giro e bem decorado, toda a comida servida é vegetariana. Podem lá ir beber um chá e comer uma fatia de bolo a meio da tarde, mas também podem aproveitar os menús de almoço.

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Todos os gatos que aqui se encontram vêm da associação vida de gato e estão para adopção. São adultos (e, por isso, muito mais difíceis de dar do que os gatinhos bebés), estão chipados, despistados para FIV/FeLV, desparasitados e esterilizados. Se quiserem ajudar, podem (e devem) visitar o café e consumir alguma coisa. Outra opção é comprarem alguns dos produtos à venda no café, cujo valor reverte para a associação.