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Ler, escrever e viver

Ler, escrever e viver

Book tag | Regresso às aulas

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Fui nomeada pela sweet stuff para esta tag de regresso às aulas e ficam aqui as minhas respostas. Nomeio todos os que quiserem participar :)

1. Português (ou Língua Estrangeira) - um autor que escreve num estilo que adoras.

Sinto-me a fazer batota mas também vou escolher Elena Ferrante, a saga da Amiga genial foi dos melhores livros que já li e gosto da forma como a autora vai dando pistas sobre o que vai acontecer a determinado personagem mais à frente para nos aguçar a curiosidade e nos fazer não querer parar de ler.

 

2. Matemática - um livro que te deixou frustrada.

«A porta» de Magda Szabó. Tinha expectativas altas para este livro, adorei a parte inicial e a escrita é das melhores que já li. Ali para o meio do livro senti que os capítulos se tornaram redudantes e pensei abandonar a leitura, mas acabei por continuar a ler. O final, não sendo tão bom como o início, não me deixou desiludida.

 

3. Ciências - um livro que te deixou a pensar, ou que te fez questionar a forma como vês o mundo.

«Born a crime» do Trevor Noah foi dos melhores livros que já li pela forma como o Trevor relaciona a linguagem com a empatia e a forma como vemos a história (como o Holocausto, por exemplo) com a nossa herança pessoal (o país onde crescemos, a educação que tivemos...).

 

4. História - o teu livro preferido passado noutra época.

Acho que não consigo não escolher «As vozes de Chernobyl» de Svetlana Alexievich, certamente um dos livros sobre um acontecimento histórico mais impactantes que já li. A série, não sendo tão boa como o livro, também não o deixa ficar mal e vale muito a pena ver.

 

5. Desenho/Artes Visuais - o teu livro com ilustrações preferido (infantil, graphic novel, bd, etc)

O mais bonito que tenho é o «Cabinet of Natural Curiosities» da Taschen:

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6. Hora de Almoço - Um prato de um livro que adorarias experimentar.

O único que me ocorre é o «Call me by your name». Não sei se é mais efeito do filme do que do livro mas quase todos os diálogos se passavam à volta daquelas refeições italianas maravilhosas.

 

7. Chegar a casa depois das aulas - Um livro com um efeito relaxante.

Os livros de Harry Potter. Voltar a Hogwarts é voltar a casa.

O fim de Orange is the New Black

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Tenho duas regras para este blog. A primeira é tentar escrever sempre um post por semana. Gostava de escrever mais mas nunca consegui. A segunda é a de só escrever sobre coisas que acho mesmo que merecem a partilha. Por isso, num Verão que se encheu de séries fantásticas como as novas temporadas de "La casa de papel" e de " Stranger things", eu não podia deixar passar a última de Orange is the new black.

Falei sobre o livro que originou a séria aqui no blog há uns anos atrás e continuo a recomendar vivamente a leitura.

A sétima e última temporada, não só não perdeu qualidade em relação às anteriores, como acrescentou um elemento muito interessante: o ICE e a política que os Estados Unidos têm praticado com os imigrantes.

OITNB é das melhores séries que já vi. Porque é real. É uma série sobre a experiência de vida de uma série de mulheres que, por circunstâncias mais ou menos compreensíveis, acabaram detidas em algum momento da sua vida. É uma história de sobrevivência, de empatia e resiliência. E não me parece que haja alguma coisa mais fundamental no momento político atual do que isto.

P.S - Fica aqui o trailer da sétima temporada e uma entrevista ao Daily Show (com o Trevor Noah) que recomendo muito com a Diane Guerrero, uma das atrizes e ela própria uma imigrante a viver nos Estados Unidos.

Cabines de leitura: Deixar um livro, levar um livro

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Foi uma boa surpresa ver na praia da areia branca, na Lourinhã, uma antiga cabine telefónica transformada numa mini-biblioteca. A ideia é simples, partilhar a literatura de uma forma acessível a todos. A regra é a de deixar um livro para levar um livro. Troca por troca. Neste site conseguem ver as localizações destas cabines. Além disso, também há nesta praia (e noutras provavelmente) mini-bibliotecas de praia.

Outro projeto igualmente interessante são as "Little free library" que são pequenas casinhas de madeira que funcionam como pequenas bibliotecas nos mesmos moldes (deixar um livro para levar um livro). Em Lisboa, há uma junto ao CCB, outra na quinta das conchas e nos nirvana estudios. Há também uma em Óbidos, outra no Porto e várias nos Açores. Podem saber mais sobre este projeto aqui.

Se conhecerem mais projetos interessantes deste género ou souberem de mais localizações destes espaços partilhem nos comentários :)

Drácula de Bram Stoker

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Drácula de Bram Stoker começa com a viagem de Jonathan Harker até à Transilvânia para o ajudar a adquirir uma propriedade em Londres. Nas semanas que passa no castelo de drácula, Jonathan começa a estranhar algumas coisas como o facto de nunca conseguir perceber a idade do conde, não haver espelhos em lado nenhum, nunca ver o conde almoçar ou jantar ou o facto deste desaparecer sempre durante o dia.

- Seja bem-vindo a minha casa - repetiu (o conde drácula) - entre nela livremente, volte a partir são e salvo e deixe nela um pouco da felicidade que aqui traz.

A partir daqui a história vai-se desenvolvendo sempre sobre a forma de diários de várias personagens, de telegramas e cartas e de notícias de jornais. Além da estadia de Jonathan com o drácula, há o mistério de um navio naufragado, de um paciente num asilo que come animais vivos e de uma rapariga com uma doença estranha. Estas histórias vão-se encaixando como as peças de um puzzle nos capítulos finais.

Confesso que não dava nada por este clássico publicado em 1897 mas fiquei muito surpreendida pela positiva. É um livro fácil de ler, fluido, com uma história cheia de personagens interessantes que se desenrola com o ritmo de um policial. Além disso, apesar de ser considerado um clássico do horror, acho que se enquadra mais no gótico porque não há aqui nada de assustador. Recomendo vivamente.

The friend de Sigrid Nunez

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Decidi que queria ler «The friend» por causa da sinopse. É a história de uma mulher que perde um amigo para o suicídio e que se vê obrigada a tomar conta do cão que ele deixou para trás, um dogue alemão chamado Apollo.

É um livro escrito na primeira pessoa em que acompanhamos o processo de luto desta mulher e também de Apollo que se vê, sem perceber como nem porquê, com um dono diferente, a viver numa casa diferente. É, pelo tema, um livro um bocadinho triste mas Apollo acaba por funcionar muito bem como um elemento cómico na história. Além de ser um livro sobre o luto (da dona e do cão) e sobre como estes dois personagens se apoiam mutuamente para o ultrapassar, é também um livro sobre escrita e sobre livros uma vez que a narradora é escritora.

E é também um livro sobre cães (e um bocadinho sobre gatos) e sobre o que significa tê-los como animais de companhia:

He wags his tail, and for the thousandth time I think how frustrating it must be for a dog: the endless trouble of making yourself understood to a human.

Este tema das pessoas se apoiarem em animais para ultrapassar momentos difíceis não é novidade. Aliás, no livro a autora faz referência a vários livros que envolvem animais. A mim lembrou-me, por exemplo, «A educação de Eleanor» que li no início deste ano em que a personagem principal, a certa altura, arranja uma gata que acaba por ser um elemento importante na vida da Eleanor.

Gostei muito do livro mas achei-o algo inconsistente, com alguns capítulos muito bons (que se focavam mais em Apollo) intercalados com outros que não acrescentam muito ao enredo. Ainda assim, recomendo a quem goste de animais (principalmente de cães) porque é uma história que merece ser lida e partilhada.

P.S. - Este livro foi lido para o tema do "Uma dúzia de livros" de Agosto - um livro escrito na primeira pessoa.