A vida no campo: os anos da maturidade de Joel Neto
Se tivesse de descrever este livro numa palavra seria serenidade. Já tinha lido o primeiro volume destas crónicas (que se chama simplesmente "A vida no campo") e adorei. Mas acho que ainda gosto mais deste segundo volume, não se se por os textos (ou a maioria) serem maiores, se pela forma como está organizado (por estações do ano).
O certo é que fui conquistada logo nas primeiras páginas com o texto sobre a Jasmim, a cadela do autor:
A Jasmim defende, conforta, alerta, apazigua. É a melhor de nós os quatro cá em casa. Sabe sempre qual a necessidade da pessoa (ou do animal) ao lado e faz dessa necessidade a dela - tudo em nome da concórdia. Custa conceber que um bicho possa ter adquirido tanta sabedoria em tão pouco tempo.
A Jasmim salvaria o mundo, se lhe dessem a oportunidade. Às vezes salva-nos a nós.
Joel Neto é açoriano e regressou aos Açores depois de muitos anos a viver em Lisboa. É desse regresso à vida nos Açores e às pessoas dos Açores que resultaram estas crónicas. Tenho gostado muito de ler os livros do Joel Neto nos últimos anos, a começar pelo «Arquipélago» que se tornou num dos meus livros preferidos de autores portugueses, passando pelos dois volumes destas crónicas. Se ainda não leram nada deste autor, estão a perder qualquer coisa de muito bom.