A arte de roubar tempo
Foi num vídeo do youtube que vi esta ideia e fez-me todo o sentido. Basta ir ao medium para ver a quantidade de textos que se escrevem sobre produtividade, gestão de tempo, bullet journal e organização. Já li alguns destes textos e confesso que nunca segui nada. Sou organizada mas não consigo ter tudo planeado até ao minuto porque isso mata um bocadinho a vontade própria, o que nos apetece mais (ou menos) fazer naquele dia ou naquela hora.
Gostei mais desta ideia de roubar tempo. De roubar dez minutos à noite para ler um livro, ou para escrever o rascunho de um texto, de roubar trinta segundos para anotar uma ideia nas notas do telemóvel, tirar duas horas depois de um exame difícil para ir ao cinema. Quando nos apetece, quando podemos e quando a vontade ou a inspiração assim o dita.
E é mesmo preciso roubar tempo a outras coisas para fazermos aquilo de que gostamos. No livro «Roube como um artista», o autor Austin Kleon resume que:
Se você tem duas ou três paixões, não sinta como se precisasse escolher entre elas e ficar com uma. Não descarte. Mantenha todas as suas paixões na sua vida.
Austin explica que, quando desistimos de um hobby sentimos uma espécie de dor de amputação. Aquela dor do membro fantasma que persiste mesmo depois do membro ter sido amputado. Para Austin, desistirmos de um hobby causa uma certa sensação de que nos falta alguma coisa, apesar de termos dificuldade em perceber exatamente o que é, enquanto mantermos tempo (eu diria mais roubarmos tempo) para as nossas paixões nos deixa mais felizes.