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Livros, viagens e tudo o que nos acrescenta

Vale a pena seguir os sonhos?

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Conversava no outro dia com uma amiga que tem uma colega de faculdade de quem não gosta particularmente. Basicamente, ela sente que a amiga a deita constantemente abaixo, exaltado os seus próprios feitos e criticando os dela (e de outros colegas). Eu disse que percebia. Na verdade, já fui assim. Entretanto, percebi que as notas e o sucesso profissional não fazem de nós mais do que os outros. Há tantas coisas mais importantes: saber ouvir, ser curioso e interessado pelo mundo em que vivemos, seguir as coisas que nos fazem felizes (mesmo que como hobbies) porque nos levam a sítios (e a perspectivas) que jamais teríamos imaginado.

Entretanto, li este texto (é longo e em inglês mas recomendo vivamente) e percebi que é muito mais do que isso. Esta ideia que temos (e que é muito imposta pela sociedade) de que se seguirmos os nossos sonhos, por muito irreais que sejam, chegamos à felicidade é absurda. Muitas vezes, um sonho não passa de uma imagem bonita de um resultado final ideal. Uma meta qualquer que achamos que, quando atingida, nos traz todo o reconhecimento alheio e a felicidade interna. Ora, isto é mentira.

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Lobos ao Crepúsculo

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Nem sempre é fácil ver os lobos no CRLI (Centro de Recuperação do Lobo Ibérico) que fica ali para os lados da Tapada de Mafra. Este centro é um santuário que recebe animais de outros locais que ficam sem espaço para eles e de pessoas que acharam boa ideia ter uma cria de lobo em casa e mudaram de opinião quando a cria se transformou num lobo adulto.

Mas dizia eu que nem sempre é fácil vê-los. São noturnos e, como vivem neste centro para o resto da vida (não podem ser devolvidos à natureza porque não iam sobreviver) as instalações são enormes e cheias de vegetação, o que é ótimo para os animais, mas torna mais difícil observá-los.

Quando vi que o centro estava a organizar visitas ao crepúsculo durante o Verão, lá fui, na esperança de que, sendo mais tarde, fosse possível ver alguns lobos. Pouco depois da visita guiada ter começado já estávamos a olhar para um casal de lobos à nossa frente. Uma fêmea sentada, sem qualquer receio, e um macho, mais tímido atrás dela. Não fazia ideia que os lobos se confundissem tanto com a vegetação.

A cura para tudo: um bom livro e chocolate

O ano passado passei um mês a viver num parque de campismo para um projeto de voluntariado. No dia em que cheguei, sem saber o que esperar e assustada com a perspetiva daquela experiência ter sido uma péssima ideia, conheci a Mathilda. Uma rapariga francesa que estava no parque, sentada numa cadeira de madeira, com um livro na mão e um gato bebé no colo.

- Que mais é preciso? – disse ela. Foi nesse momento que todos os meus receios se evaporaram, tinha sido uma ótima ideia. Para além disso, um dos rapazes do acampamento (um holandês) sabia fazer um bolo de chocolate para campismo. Como assim? Bom, não vai ao forno, não precisa de batedeira e não dá trabalho nenhum. Não há vez em que faça este bolo que não me lembre daquelas pessoas, dos livros que li por ali (como este) e dos (muitos) gatos bebés do parque. Por isso, aqui fica uma sugestão de um bom livro e um bom e fácil bolo de chocolate (para campismo).

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