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Livros, viagens e tudo o que nos acrescenta

As semanas da nossa vida

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É uma experiência estranha olhar para esta tabela do Wait but why e ver a nossa vida toda reduzida em semanas. Principalmente se pensarmos que somos bem capazes de não viver até aos 90 anos e que até já usámos uma certa quantidade de quadrados.

 

Os dias passam depressa e de forma quase imprevisível. As semanas, por outro lado, são mais fáceis de controlar. Há que pensar se as estamos a fazer valer a pena, a usá-las para sermos felizes ou para investir em algo que nos fará mais felizes no futuro.

 

É certo que também haverá sempre semanas boas e menos boas, mais fáceis e mais difíceis. Mas também é certo que há sempre alguma coisa que podemos fazer para uma semana valer a pena. Às vezes, basta um encontro com alguém que não vemos há muito tempo, fazer ou apenas começar uma coisa que andamos a adiar faz tempo, estudar alguma coisa de que gostamos ou aproveitar aqueles 20 segundos de coragem que nos assolam de vez em quando para nos atirarmos de cabeça para algo completamente fora da nossa zona de conforto.

 

Sim, há muitas maneiras de fazer uma semana valer a pena, mesmo quando parece que está tudo contra nós. A única certeza é mesmo de que o tempo, bem ou mal aproveitado, nunca nos é restituído. Por isso, é viver e pronto.

Elena Ferrante e Mulherzinhas

A amiga genial de Elena Ferrante.JPG

Já gostava de Elena Ferrante antes de ler alguma coisa que escrevera. Gostei da humildade com que recusou o reconhecimento dos livros que escreveu (ver aqui). Foi isso que me levou a ler “A amiga genial”, o primeiro de quatro livros. Demorei algum tempo a sentir-me envolvida pela história, pelo ritmo da narrativa e pelas personagens, mas depois gostei muito.

O livro segue o percurso de duas amigas, Lila e Elena, a partir do momento em que se conhecem na primeira classe. A história passa-se num bairro nos arredores de Nápoles após a Segunda Guerra Mundial.

A única coisa de que não gostei foram as incansáveis referências a um livro de que passei a infância e adolescência a fugir - "Mulherzinhas" de Louisa May Alcot.

Em miúda, já tinha gosto pelos livros. Olhava com certo desdém para as estantes da minha mãe, cheias de livros de autores com nomes difíceis de pronunciar, mas que hoje em dia vou lendo aos poucos. De vez em quando, queria comprar um livro novo e ia pedir à minha mãe. A resposta era sempre a mesma: porquê que não lês o Mulherzinhas? Por qualquer motivo, a minha mãe achava que eu ia adorar. E por qualquer motivo – ser do contra? – eu achava que não ia gostar.

A ler "A amiga genial" não percebi as referências a "Mulherzinhas" e acabei por me resignar a ler o livro. É um livro escrito para raparigas, baseado numa história verídica passada em 1862. Não detestei, mas também não gostei muito.

Mulherzinhas.JPG

A família de "Mulherzinhas"

De qualquer forma, já está lido. Suponho que há coisas que acabam sempre por voltar a bater-nos à porta.