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Livros, viagens e tudo o que nos acrescenta

Decisions, decisions, decisions

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The question becomes… “What’s worth doing, even if I fail?” … I don’t leap or jump for the landing – I leap for the experience in the air. Because you can’t predict the landing.

Brené Brown

Quando era pequena queria seguir letras e ciências. Não dava. Fui para ciências. Queria ser jornalista e professora e cientista. Não dava. Fui para veterinária. No final do segundo ano, tive a sorte de fazer voluntariado com tartarugas marinhas. Gostei tanto que achei que a resposta estava ali, nos animais marinhos. Que havia uma maneira de acabar o curso e seguir algo de que gostava mesmo. Fiz o terceiro ano e segui para um mestrado relacionado com Biologia Marinha. Não acabei veterinária.

Não há nenhuma fórmula para decisões difíceis. Há, sim, uma opção que reflecte melhor quem somos e aquilo que queremos para a nossa vida. Tenho seguido por aí. Sem certezas, porque nunca sabemos o que vem depois do salto.

Quantas vezes não pensamos "Eu quero chegar a A mas acho que devia ir para B"? O A representa aquilo que nós queremos e o B aquilo que as outras pessoas acham que devemos seguir, aquilo que nós devemos fazer. Provavelmente, o B é um bom caminho mas não é o nosso. Sabermos aquilo que queremos já é parte do caminho e se queremos o A, então é isso que devemos seguir.

Andei que tempos às voltas com este post. Esta coisa de “O quê que queres ser quando fores grande?” e “O quê que vem a seguir?” sempre foi, e ainda é um bocadinho, uma fonte de angústia e confusão para mim. E, certamente, também para todas as pessoas que não vêem um caminho óbvio e bem definido à sua frente.

Já apaguei e reescrevi este post tantas vezes que já nem me lembro bem porquê que o comecei. Devia ser mais ou menos para escrever a quem também tem muitas dúvidas: não há nada de errado com vocês. Atrás escrevi que seguimos sempre sem certezas. É mentira. Há uma certeza: a de que podemos sempre recomeçar.

O que fica dos livros que lemos?

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Estou a esforçar-me para ler os livros que tenho em casa e que nunca li. Muitos eram (são) da minha mãe. Quando lhe pergunto se já leu um determinado livro, a resposta varia entre "Acho que sim", "Não sei" e "Não me lembro". As duas últimas respostas são as mais comuns.

 

Há uns tempos, li «O elefante evapora-se» de Haruki Murakami. É um livro de contos. Lembro-me pouco (nada, para dizer a verdade) do desenvolvimento dos mesmos, mas lembro-me bem de alguns pormenores bizarros (que abundam nos livros de Murakami).

Tenho ideia de uma cena em que um casal, depois de assaltar uma cadeia de hamburgueres fast-food, se senta no carro a comê-los. Lembro-me de um incendiário de celeiros. E de uma reclamação enviada a uma fábrica de produção de elefantes.

 

Acabei há uns dias de ler «Sputnik, meu amor» do mesmo autor e adorei. É um romance leve e estranho, como todas as histórias que já li deste autor.

A sinopse, que vou certamente esquecer daqui a uns meses, diz o seguinte:

Um jovem professor primário, K, apaixona-se por Sumire, uma jovem aspirante a escritora. Quando esta entabula uma relação amorosa com Miu, uma enigmática mulher de meia-idade que a emprega como secretária, K é delegado para o papel de confidente. Sumire, porém, estando de férias numa ilha grega com Miu, desaparece misteriosamente e K é chamado para ajudar nas buscas. Um estranho triângulo que oferece uma reflexão sobre a solidão, os sonhos e aspirações do indivíduo e a necessidade de os adaptar à realidade.

 

Que eu me esqueça de tudo sobre este livro. Não faz mal, não leio para me lembrar das histórias. Mas que não me esqueça (ou que possa vir aqui reler) estas passagens que, de alguma forma, me dizem alguma coisa:

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