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Livros, viagens e tudo o que nos acrescenta

Tudo aqui na Terra

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Na África do Sul, conheci um rapaz que estava perto, muito perto de concretizar o sonho de ir para Marte. Contou, entre conversas à volta de uma fogueira, que estava na fase final do Mars One.

Mars One é um projecto que pretende enviar, em 2026, um grupo de pessoas a Marte para criar e estabelecer a primeira colónia de seres humanos no planeta (sim, isso mesmo). Os cem selecionados vão passar por dez anos de preparação. Destes, 24 vão ser escolhidos para a viagem. Sem regresso ao planeta Terra.

Apesar de admirar o facto de ele fazer aquilo que quer e seguir os seus sonhos, é-me muito difícil imaginar como é que alguém pode decidir abandonar tudo. Por tudo leia-se a família, os amigos, o seu país e, aquilo que me faz mais confusão, o planeta azul.

Os vídeos do Mars One mostram este projecto como a maior aventura espacial, a seguir à ida do Homem à lua. É recorrente, nos vídeos dos candidatos, afirmarem que querem fazer parte dela, deixar uma marca para as gerações futuras, fazer as pessoas voltarem a ficar entusiasmadas com o espaço. A mim, parece-me tudo muito assustador e… surreal. Assusta-me a ideia de que a colonização de outro planeta é vista como a salvação última da espécie humana. Assusta-me pensar que estamos mesmo a chegar a isto.

E deixem-me que vos diga que, pelas imagens, Marte deixa muito a desejar como sítio para viver. É um planeta desértico e hostil.

Apesar disso, confesso que a ideia de, daqui a uns bons anos, assistir à chegada de pessoas a Marte me deixa um bocadinho entusiasmada. Mas dispenso, de boa vontade, viver ou mesmo visitar, outro planeta. Tenho tudo o que preciso aqui, na Terra. Por tudo leia-se a família, os amigos, o mar, cadernos e canetas para escrever e uma boa quantidade de países e culturas para visitar. Passo bem sem Marte.

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