A família Bélier
A história:
Paula é uma adolescente francesa que enfrenta os problemas comuns da idade. Mas a sua família tem algo de diferente: pai, mãe e irmão são surdos-mudos. Paula é responsável por traduzir a língua gestual dos pais nos negócios da quinta de família, nas conversas com os vizinhos, nas idas ao médico… Um dia integra o coro da escola e descobre o talento para o canto, podendo vir a integrar uma escola de prestígio em Paris. Mas, como deixar para trás os pais e o irmão? Como seguir a música, quando a sua família nem a pode ouvir cantar?
Quando estava na África do Sul conheci uma rapariga francesa. Entre as muitas conversas à beira da fogueira, o músico Michel Sardou acabou por se tornar assunto. Não conhecia. Alguém acabou por fazer referência ao filme da família Bélier e vi-o no avião, de regresso a Lisboa.
Para dizer a verdade, não percebo nada de cinema. Não sei criticar os diálogos, a fotografia, a banda sonora… Discordo, quase sempre, das críticas que leio nas revistas e na internet.
Sei que gostei muito deste filme e que o vou, de certeza, voltar a ver. E revejo tão poucos filmes que este tem de ser digno de referência.
Para começar, os filmes centram-se quase sempre nas cidades e este é um filme rural, com vacas e campo. O núcleo familiar tem uma dinâmica cómica e a determinação do pai de Paula em se tornar presidente de câmara, apesar de surdo-mudo, encaixa bem na capacidade de vencer os obstáculos que atravessa todo o filme. A música de Michel Sardou é, de facto, fabulosa e a cena final com a música alterada é perfeita.
Não é um grande filme mas, no meio de tantos filmes norte-americanos semelhantes entre si, é uma boa forma de passar uma hora e meia à frente de um ecrã.